O autor:
Manuel José Pina Fernandes profmanuelfernandes@gmail.com
Prof./Dr/URCA https://www.facebook.com/manuel.fernandes.906
SÓ A HISTÓRIA NÃO ESQUECERÁ! (2019, 2020, 2021 E 2022)
O Divã - Psicanálise
- Arthur Schopenhauer
"Os retirantes" Cândido Portinari, 1942.
Já faz uns bons pares de anos que convosco divido a minha opinião a respeito do período de 365 dias que se encerra no dia 31 do 12 de cada ano. Tem sido uma corrente composta de elos maiores, outros menores. A vida em sociedade tem me orientado, malgrado nestes três últimos anos, a maioria da população ter sofrido bastante com a péssima escolha que fizeram aquando da votação para presidente, ou de quem devia fazer o papel de.
Normalmente é comum desejar aos meus e aos próximos, um feliz Ano Novo. A bem da verdade, é preciso dizer que não vejo perspectivas algumas que me ensejem fazer tais votos ao encerar as cortinas de um período que foi sendo empurrado goela abaixo. Estamos na antevéspera do novo ano, o Estado da Bahia se desmanchando em água, lama e buracos, para não agoniar mais o bom povo baiano e o presidente de alguns brasileiros (que fazem ou desejam fazer parte das milícias) neofascistas e nazistas por opção, tirando onda de playboy, em Santa Catarina a bordo de um jetsky, rodeado de um mar de seguranças, tudo pago com o nosso suado dinheirinho, que o dele está bem guardado em algum paraízo fiscal.
Este dia, neste ano, deveria ser muito mais destinado à reflexão dos fracassos que se somaram até ultrapassarem os seiscentos mil mortos (em números mostrados e costurados por um governante que só diz e mostra o que é de seu interesse). Honestamente, se formos buscar a realidade do fato, subiremos a fasquia para patamares mais elevados. Não me peçam documentos comprobatórios desta afirmação, pois não os tenho, mas desafio o negacionista maior da nação a provar que foram menos. Eu posso ser acusado de estar inflacionando os números, mas quem tem a obrigação de provar que está agindo para evitar que a tragédia se espalhe ainda mais, não apresenta outros dados que não sejam fakenews que incentivam a população a desrespeitar as regras mínimas para se buscar a contenção da epidemia, e a procurar motivar os “quadrupedes chifrudos = gado”, como são mais normalmente chamados a não utilizar os EPI’s (Equipamentos de Proteção Individual – máscaras, luvas, álcool, etc.), e recomendando o uso de drogas não reconhecidas (cloroquina) e dá exemplos negativos de maus procedimentos ao assumir posturas que de longe se parecem com aquelas de um Presidente de um país que se quer respeitado.
Para onde me viro ou vejo desgraça ou escuto lamentações que já se tornaram algo tão corriqueiro que já vi outros tipos de animais não humanos (embora disso tenha aparência) fazerem apostas sobre a quantidade de ruas ou quarteirões que a “fila do osso terá a tal hora do dia”. Já se especula até sobre o horário de pico, outros há que apostam se haverá ou não briga e quantas serão elas, pela conquista de dose de osso. A maior hipocrisia, entretanto, está em ficar de celular ou máquina fotográfica na mão, preparada para registrar as cenas mais dantescas do dia.
Deverá ficar desta miséria e destrato ao ser humano (não mais reconhecido como tal, a quem se retiraram os direitos conquistados na base da luta de classes) aquilo que devem chamar de história. Mas deixo um alerta, igualmente me alertaram a mim: será preciso saber qual foi a mão que empunhou a minha e a caneta, deixando nela as minhas digitais. À boa moda lava-jato, “fabricaram provas” para nos tornarem corréus numa quantidade de crimes infinita. As nossas digitais, implantadas através da violência que, de longe, nalguns casos, ultrapassa o nazifascismo.
Alguns defensores do regime, nato e praticado na Europa entre 1914 e 1945, o chamado “período entre guerras”, chegam a afirmar que esta situação de ignomínia que os “afronta e envergonha de se dizerem brasileiros”, é herança da colonização. Esta argumentação a respeito da colonização e sua interferência, como todos deveriam saber, é mais falsa que a nota de Três Reais. Vejamos:
O Brasil passa a dominar seu próprio destino, não quando D. João VI retorna a Portugal e deixa seus filhos e demais comparsas para guiar os destinos do país, não exigindo da população o conhecimento, por mais superficial que seja, dos acontecidos que hoje já completaram 200 anos. Apresentar esse questionamento aos seguidores do também conhecido como genocida é a mesma coisa que perguntar a cego qual é a cor da flor que está no jarro.
Por isso eu quero trazer para mais perto de nós a origem do famigerado modelo político de governar uma nação, estando de olho no mundo, no seu todo, tais os manifestados anseios de Hitler, misógino e racista que desejava que o mundo virasse uma colônia ariana da nação Alemã. Estávamos a meados do século XX, há pouco mais de 50 anos. Esta situação nada tem a ver com os portugueses. Não diretamente, pelo menos.
Respondendo à imbecilidade de quem atribui a atual situação à colonização portuguesa, só posso recomendar uma corrida, em ritmo acelerado, ao primeiro e mais próximo local em que possa encontrar um livro de História do Brasil, no mínimo, mesmo sabendo que essa história que aí está escrita é aquela que mais agrada ao vencedor, ao rico, ao escravocrata, que nem sempre é o mais merecedor dos louros da vitória.
Este ano de 2021 foi um período de trevas tão terríveis quanto as que foram vividas sob o tacão da ditadura que agora quer reviver o passado sob a ignorância de um ex militar, banido da corporação pelo péssimo comportamento e pelo atrevimento de querer explodir o quartel, ganhando como “recompensa” um atestado oficial de LOUCO. O pobre não passa de mais um órfão da Ditadura militar que abrigava o seu ídolo maior, Cel. Brilhante Ustra, o maior assassino e torturador da malfadada ditadura.
Foi sob o seu domínio, qual espetáculo de marionetes, que vivemos os três últimos anos. O Brasil recuou nos tempos históricos e, pontualmente conseguiu retornar ao século XIII. Teve, em recompensa, o desprezo geral dos demais dirigentes dos múltiplos países que existem na “sua – dele” terra plana, onde o lema maior é traduzido pela frase: “O Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”! E foi com este jogo de palavras (sob alguns aspectos bem colocadas) que o troglodita enganou meio mundo e quase o restante da outra metade que pode ser definida como de analfabetos políticos, no ver de Eugen Berthold Friedrich Brecht, principalmente quando o genocida apela para a esfera familiar e promete acabar com a classe de bandidos da qual é protagonista. Foram precisos três anos para que o macaquinho que tampa os olhos, retirasse suas mãos da frente deles para perceber o engodo em que caíra; outro, dos três macaquinhos, destampou os ouvidos e começou a dar atenção ao que lhe é mais lhe começou o demonstrar seu erro anterior: a miséria e a fome; por último, o terceiro macaquinho destampou a boca e começou, timidamente a gritar no meio da multidão, para não ser facilmente reconhecido, o jargão que neste penúltimo dia do seu terceiro mandato mais se escuta: “Bolsonaro Vagabundo”.
A previsão é que o quarto e último ano do mandato do troglodita seja o maior desassossego que uma criatura possa passar, por isso não tenho condições, embora tenha vontade, de lhes desejar que “um pouco mais de paciência e calma para vencermos”, tranquilamente o boiadeiro que já se deve ver derrotado e manda aviso que será candidato a senador por Santa Catarina. Peguem no furo que o Zé de Abreu deu agora há pouco na sua TL.
Aproveito para desde já declarar todo meu apoio a LULA13. Já provamos, gostamos e agora queremos mais.
Saudações e preconizações lulistas para todxs vocês em 2022.
RESTROSPECTIVA
2021 ou o que esperar de um ano que não se sabe se virá
Vivi dois anos imiscuído numa guerra que não era minha e onde perdi amigos, conhecidos, desconhecidos, mas que como eu eram jovens na flor da idade e nem isso me fez maldizer os anos decorridos, como quero maldizer este ano que não sabemos ainda se termina (estou escrevendo a 30 de dezembro dele. Vai que o tal do asteroide se lembra da gente)!
Para dar o tom desta retrospectiva, começo dizendo que na política se deram muitas cambalhotas: algumas meio voluntárias por parte dos políticos palhaços, outras por motivos de palhaços políticos, no entanto, se tudo for espremido o que sai é sangue de trabalhador, de estudantes e outras classes das quais falarei mais adiante, de mortos de morte morrida pela fome e falta de melhores tratos de uns, e de outros de morte matada pelo aço das balas de brancos perdidas e sempre de pretos encontrados.
Em sete décadas de existência, agitadas, turbulentas, truculentas, enfezadas, cheias de altos e baixos nunca vivi (prefiro deixar a dúvida no ar: vivi mesmo?), nem nas “comédias” que protagonizei, um falsete como o que este ano existiu e necessito esquecer. Por tudo, que afinal não é nada, e pelo nada que finalmente vem a ser o tudo, mas que de repente é vetado à revelia da base que deveria apoiar.
Do lado da morte, deveríamos falar/contrapor-lhe saúde, mas o senso comum vale mais que a ciência, absurdo que na situação é fruto do negacionismo que domina parte significativa das mentes infrutíferas do país. Entretanto o Trump parece ter caído de cabeça na trampa que armou e se deu mal, para nossa salvação, pois o fato aconteceu durante uma viagem aos “esteites” do peão aboiador. O gado nega e o peão continua “crente” que vai durar muito tempo a mamata do dízimo miliciano.
Não vou sequer falar do novo golpe, ou a maneira fácil que foi por eles descoberta para esconder mais uns “desvios legais”, subtraindo de onde proporcionaram a festa para aqueles menos atentos que não perceberam que eles estavam colocando coelho no mato para poderem atirar à vontade: na educação. Talvez até tivesse dado certo se não fossem tão gananciosos e se não tivessem espantado a caça. Mal tinham dado com a mão direita e já a mão grade deles lá estava para pegar 16 bi. Como diz o matuto “deu nusóis”! E deu com tanta força que cegaram o Amapá que ficou no breu durante quase um mês e sabem por quê? Porque não havia combustível para os aviões levarem geradores para lá. Tinham gasto a cota da BR Distribuidora com voos para tudo quanto é lugar a passear os bonitos da política brasileira. Se havia muita droga na carga? Não sei, não tenho essa resposta, mas sei que caso não tenha havido, no país ficou muita.
Aos não crentes foi feita a demonstração de um milagre, na tentativa de convertê-los: durante as eleições municipais de 2020 a covid19 foi convidada a fazer uma trégua e assim aconteceu. Números baixaram milagrosamente a pedido do crente peão aboiador. Depois das eleições em que o peão aboiador sofreu a sua maior derrota até então, ele liberou o santo e a covid19 voltou com mais força e menos crença na Cloroquina milagreira que mata até piolho.
Por falar em matar, anote-se que este foi o ano em que o maior feminicídio foi registrado na série histórica. As vítimas: putas, pretas, pobres além de outras mais, com o maior respeito e carinho por cada uma delas. Havia que respeitá-las, mas um genocida anda à solta por este país e se dizendo presidente, logo não podia ser outro o resultado. O gado continua manso e idolatrando seu açougueiro. Triste constatar!
Duas perguntas não me saem da cabeça:
1 – Por onde anda o nosso rico dinheirinho, uma vez que o que mais se ouve neste país são lamentações das camadas que diariamente adentram a pobreza absoluta?
2 – Que destino tomou a população brasileira que um dia, no passado não tão distante, gritou “Diretas Já” até que conseguiu, com a força da sua união e o barulho de suas vozes e botas a ecoar fundo nos grotões deste país, impor a maior derrota que uma ditadura já sofrera até então?
Diz mais um ditado que “a dor de barriga não dá só uma vez”, será que desta feita a cloroquina conseguiu dominar o “inimigo” eu está do nosso lado, nos silenciando?
Para terminar aquilo que não desejava ter começado gostaria de poder esperançar, para todos nós, dias melhores nessa convenção humana chamada de ano novo que se avizinha, mas faltam-me motivações para isso. Nem ao longe apercebo abertura capaz de permitir um progresso suficiente que nos afaste da penúria que temos que carregar durante um espaço de tempo indeterminado. Espero estar completamente enganado, mas a nossa “sofrência” está longe de acabar. Enquanto o país quase inteiro sofre, o peão aboiador mete seu melhor sorriso na cara deslavada e parte para a praia, onde arrisco a dizer, deve ir fazer parte na festa do pobrezinho do Neymar. É apenas um palite. Aplica-se o ditado: “Façam o que eu digo, não façam o que eu faço”?
Hoje, dia “D-1" fico olhando da minha janela o gado reunido na praça, sem máscara, bem juntinhos, aos molhos, como o feno que devem degustar como iguaria nesta época que outrora já foi festiva para a totalidade da população.
Hoje limito meu mundo às sete pessoas que compõem meu dia a dia (esposa, duas filhas, dois netos, o genro) e o espaço frequentado, aquele limitado pelos muros de minha residência. Mesmo assim, por conta da minha saúde, corro riscos possíveis na ida - obrigatória - ao hospital para fazer o tratamento que me mantem vivo. Mesmo sem ser muito adepto consegui, mesmo que limitadamente, adaptar as novas tecnologias para o serviço a que chamo doméstico: compras, pagamentos e até um pouco de diversão. Mas a verdade tem que ser dita agora: eis por que tantos presidiários enlouquecem ou se depravam definitivamente – e olhem que eu posso sair e voltar à hora que eu quiser! Mas por favor, deixem de roubar tanto e comprem a vacina! Lembrem-se que cada um que morre é menos um contribuinte direto e indireto que deixa de pagar os impostos que vocês abocanham. Coloquem na balança os prós e os contras. Decidam! Não esqueçam que vocês também podem ser vítimas – com mais dificuldade que o mais comum dos mortais – mas serão sempre possíveis alvos.
Faça você mesmo o ano que você deseja ter dentro de dois dias!
Tentemos ser felizes. (Será possível diante desta quase hiperendemia que não sensibiliza o aboiador mestre)? Vejam o link que lhes deixo aí abaixo, é bastante ilustrativo: https://www.google.com.br/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Frenovamidia.com.br%2Fpadre-viraliza-nas-redes-sociais-apos-tocar-berrante-com-bolsonaro%2F&psig=AOvVaw0dAId36KmtiB-KqgiMoqgq&ust=1609421291418000&source=images&cd=vfe&ved=0CAIQjRxqFwoTCKjex9rn9e0CFQAAAAAdAAAAABAK
O ANO 2020 PROMETE
Adquira o seu exemplar através do e-mail indicado aí acima.
Esta perspectiva de promessa está relacionada com a minha produção literária.
Estou com tempo suficiente para colocar no papel um monte de ideias que me acorrem à cabeça durante esse tempo livre. Embora seja um tempo de tratamento de saúde, felizmente o aspecto cognitivo não foi afetado, por mais que a idade já possa dar alguns alertas sobre a qualidade da memória. mas até este momento mantenho-me íntegro, apesar da falta danada que os meus rins me fazem. Mas a vida continua!
Foi no meio tempo (quando me afastei temporariamente do trabalho e agora dois anos depois, me aposentei em definitivo) que a ideia me surgiu de terminar de cumprir um ditado que, em Portugal nos diz que para se ser realmente um homem é preciso atingir três metas: 1 - Plantar uma árvore; 2 - Dar um filho à nação; 3 - Escrever um livro.
São três tarefas nem tão difíceis de cumprir, mas nem todos conseguem completá-las na íntegra. As duas primeiras cumpri com facilidade e até com amor e prazer, mas a terceira... Até há pouco tempo tinha alguns textos isolados publicados em revistas e em livros coletivos, posso dizer, nada disso era meu, faltava, então criar coragem e encarar a escritura de um livo próprio.
Fiz várias tentativas, pensei tantos temas, imaginei tantas abordagens de problemas cotidianos, até que um ideia me foi sugerida por um companheiro de trabalho: escrever a minha História de Vida. Parei alguns dias para traçar mentalmente um plano de escrita. O que contar não faltava (e ainda há o que falar, apesar de já estar com o segundo em ponto de editar), não "via", no entanto, uma maneira "prática" de fazer vir a "obra" a lume. Recordei que nas minhas aulas falava muito em metodologia de pesquisa e foi quando o estalo (mais conhecido como insite) aconteceu: tentaria produzir uma Autobiografia. Levei alguns dias pensando como dar uma forma ao que pretendia. Comecei algumas maneiras, mas nunca ficava satisfeito com o resultado.
Numa de minhas leituras (que também pratico)li uma frase que dizia que "O passado é hoje". Encontrei o filão. E a forma de fazer surgiu gratuitamente quando resolvi me auto entrevistar. Aliás digo isso na capa do livro, no subtítulo, quando afirmo: "Eu, por e para mim mesmo". Consegui, tanto bem quanto mal associar o meu desenvolvimento como ser humano ao desenvolvimento profissional (fui/sou professor), portanto mostro através da entrevista como fui construindo o meu saber que me permitiu chegar à classe de Doutor numa área específica da História, a História da Educação.
Fica portanto e desde já o aviso que ninguém espere nenhuma "Obra de Arte", trata-se tão simplesmente de uma narrativa de vida como qualquer um de nós tem a sua. Terminadas as 162 páginas fui ao editor e mostrei-lhe aquilo a que chamamos de "boneca" ou projeto, se quiserem, ele se encantou e bem rápido me publicou o livro (mediante pagamento, é claro!), mas passou esse meu projeto para a frente de outros que ainda andam por lá sobre a sua bancada de trabalho, um tanto enrolados.
Enquanto ele publicava e me entregava este primeiro, eu preparei o segundo. Só que agora é preciso calma ou encontrar um bom patrocinador.
Então, deixo aí acima os possíveis contatos para quem desejar fazer uma leitura leve, mas significativa, que apenas traz a História (resumida, devo dizer) de alguém que um dia foi desacreditado publicamente e ao final da vida pode afirmar que alcançou um status elevado na atual sociedade. O custo inicial é de apenas R$ 35,00 podendo aumentar um pouco por conta do transporte. Sobre esse aspecto é preciso considerar a atual política que este (des)governo está a praticar com os CTT's.
Antecipadamente agradeço a quem queira adquirir o seu exemplar.
Bem hajam!
Comentários podem ser feitos no livro de visitas. Veja coluna (sumário) no lado esquerdo desta página.
Retrospectiva
2019/2020
O VERMELHO REPRESENTA O SANGUE E PRETO REPRESENTA O LUTO
O ano (parece ter sido um século) que agora se encerra é o primeiro na minha vida que gostaria de não ter que relembrar, mas os “ossos do ofício” me impõem essa tarefa. Não serei longo, pois como disse nem no ano que perdi meu pai eu atingi o nível de estresse que este de 2019. Já revirei todos os dicionários que encontrei pela frente e em nenhum consegui encontrar um adjetivo capaz de qualificar este acidente.
Logo no primeiro dia, a posse de um ser abjeto na presidência do país já dava a nota do teríamos que aguentar em virtude da péssima escolha feita por um povo que não zela pelo seu direito à democracia, mas disso não é o único culpado, pois a ignorância pela falta de conhecimento é pura responsabilidade dos poderes instituídos. Disse no ano passado, por esta mesma ocasião, que não há nada tão ruim que não possa piorar, estava muito longe de imaginar todas as mazelas que uma única criatura pode causar aos seus semelhantes.
O tempo foi passando sobre o povo trabalhador se tornando a cada dia um tempo mais pesado em virtude das atitudes que este governo começou a adotar contra tudo e contra alguns que se dizem de esquerda (mas nem todos merecem esse rótulo, malgrado se aproveitem dele para tirarem proveito próprio). O grande golpe não foi contra o PT, as ações mais ultrajantes e prejudiciais estavam destinadas a destruir a classe trabalhadora e aqueles com menos possibilidades de ganharem honestamente o seu sustento. Impôs-se a lei do mais forte, daquele que tem uma arma e com ela em punho comete as maiores barbaridades: MARIELLE, PRESENTE! Mas não só ela. Em nome de uma justiça que não apresenta espírito nem de facção criminosa, a polícia mata mais que “chumbinho” o veneno para ratos. Diria que os ratos estão querendo matar o veneno e para isso não há limites. ÁGATHA, PRESENTE! Sem emprego, sem ajuda do governo, sem direito a aposentadoria, e todas as demais crueldades cometidas por esse desgoverno, o pobre vai para as ruas onde se torna alvo fácil para os filhinhos de papais ricos ou de policiais inescrupulosos que disparam 80 tiros num automóvel de um pai de família que regressava a sua residência. Ou os índios por todo este país imenso. Caiem homens, mulheres e crianças. JEREMIAS MORAES DA SILVA, PRESENTE! Quantos mais teremos que contar nas chacinas? FIRMINO GUAJAJARA e seus irmãos de etnia TODOS PRESENTES!
O ano não foi fácil e ainda não terminou, estou publicando este material faltando ainda alguns dias para o fechamento do ano, época em que, às pressas, se aprovam medidas e Mais medidas contra os trabalhadores, na calada da noite, praticamente sem uma discussão com o povo que é o mais lesionado com essas medidas. Por isso eu vou fazer uma confissão.
Lutei muito, me expus, Subi onde às vezes a minha idade já não aconselha para colocar bem alta a bandeira de um partido dito de esquerda. Hoje, depois de analisadas conscientemente certas atitudes desses ditos esquerdopatas, que revelar que me envergonho de vestir uma roupa vermelha, pois todos eles, por interesses não revelados (são segredos guardados a sete chaves “com o STF e com tudo”) todos esses partidos ditos de oposição aderiram à prática do algoz-mor do povo brasileiro. Só escapou um partido que não se alinhou (resta sempre a possibilidade de se alinhar – o sentimento de corporação é muito atrativo!), mas não será por isso que me alinharei com ele. Vou manter-me fora do raio de ação desses partidos todos e cumprirei meu papel como cidadão encaminhando minha família e todos aqueles a quem puder influenciar para votarem em quem mais julgarem ser o mais indicado. Por outras palavras: Não apoiarei candidato algum seja ele quem for – inclusive o Lula. O PT assim como toda raça esquerdopata traíram o povo brasileiro – salvou-se dessa percha o PSOL, mas não há a menor chance que eu apoie um candidato deles.
Desde sempre a minha ideologia aproxima-se daquela de Hegel, pois não persigo idealismos, sou muito mais de luta por realismos (ou materialismos, como preferem alguns). Digamos que um materialismo histórico, construído coletiva e conscientemente é a única fórmula de política que defendo e hoje não temos, no Brasil nem em outra parte do mundo um só partido que defenda isso como bandeira empunhada e levantada bem alto até que, após lhe cortarem os dois braços e não possa mais erguê-la, a cubra com seu corpo para defendê-la até à morte.
Infelizmente vivo uma sociedade que mesmo se implodindo por dentro e por fora não deixa de execrar a classe trabalhadora que é por ela explorada e muito mais, expropriada e sem condições de assumir uma postura revolucionária como temos, por exemplo, no Chile.
Por tudo isto, que não é mais que presságio do que está por vir no ano que iniciará a segunda década do século XXI, eu reafirmo minha vontade sem fim de esquecer que este ano existiu, que eu o vivi, que fez parte da minha vida. É possível que eu não veja o desfecho deste ciclo que atravessamos (afinal a minha idade já avançada pode Não permitir), mas como nunca fui egoísta (iria contra a minha ideologia) preocupo-me com as novas gerações e a maneira como elas vão ter que se comportar para fazer frente a tudo que se está preparando.
Que morra o 2019!
Que o parto e vida de 2020, não seja, nem de muito longe, parecida com seu antecessor.
Fonte da imagem:
https://www.comunidadeculturaearte.com/a-heranca-de-karl-marx-e-friedrich-engels/
2018/2019
Retrospectiva
Nem tudo que é mau termina mal, há aquilo que termina muito pior. Nós sabemos que de hoje a seis dias seremos atingidos em cheio por um tsunami de corrupção como jamais se viu, malgrado a propaganda enganosa que fizeram contra o PT. Toda aquela encenação só tinha um objetivo e esse foi alcançado: tirar Lula da corrida presidencial. Um objetivo de impacto bem maior, no entanto, está por vir.
Costumo dizer que não há melhor conselheiro que o tempo, ele se encarregará de nos dizer contra quem foi o golpe, a favor de quem e quem o praticou. Isto porque eu não acredito que tudo já tenha sido feito, que todos os atores já tenham aparecido em cena e que o grand finale vá acontecer dia primeiro de janeiro. Pelo meu raciocínio nós só ainda vimos coadjuvantes e dublês de fantoches.
Normalmente, as pessoas aprendem com as experiências, mas neste caso acredito que "o ser humano brasileiro" é pior que os ratinhos do Pavlov e não aprendem onde devem colocar a patinha para saírem da linha de miséria para a qual estão sendo novamente atirados como se de lixo se tratasse.
Na verdade (pelo menos na minha verdade) ninguém nasce ensinado e como tal temos todos que enfrentar um processo de aprendizado que envolve além de nós, aqueles que nos poderão guiar pelo caminho do saber. É verdade (minha verdade) que o PT não foi capaz de garantir aquele papel que dizia desempenhar: ser um partido de esquerda. Basta ver que os banqueiros nunca ganharam tanto dinheiro como nos governos de "esquerda", pois o governo que se dizia de esquerda deu à população a condição de sair duma situação precária para permanecer numa apenas um pouco melhor, mas esqueceu de mexer lá onde devia: na formação de base. O povo melhorou sim, ou teve pelo menos a perspectiva de dias melhores, que poderiam ser, efetivamente melhores e garantirem que não se criaria uma onda de antiPTismo. Mas ela veio, é esse o Tsunami que aguardo para os próximos dias.
O pior, daí o eu dizer que tudo pode acabar pior, é que após a passagem do tsunami será necessário retomar o caminho de volta, recompor o que for possível e reconstruir novas bases que suportem baques semelhantes a este que estamos sofrendo ou até piores. Coisa para umas dezenas de anos. Já cá não estarei para ver todo o estrago, mas não me sinto, minimamente culpado de toda esta situação que se foi criando aos poucos, sob os olhares dos crédulos que diziam que a vez da direita já tinha passado. Aí veio a extrema direita e tomou na mão grande como quem toma pirulito da mão de criança.
As lições estão aí, mas nem com a corda do cabresto roendo o lombo o brasileiro se sente incomodado a ponto de ter a mínima reação, fica, comodamente sentado atrás do seu teclado fazendo papel de urso irritado, mas mais manso que a pomba branca da paz. Às vezes (para não dizer sempre) tenho inveja daqueles "gilet's jaunes" que ainda hoje, quando escrevo esta retrospectiva, estão em luta contra um governante que lhes quis aumentar o preço dos combustíveis. Um povo culto sabe o que quer, quando quer.
Mas a educação vai bem, no Brasil, tão bem que acabaram de retirar mais 50 bi para aplicar na compra da inocência de um dos larápios que este país sustenta, alegre e gaiteiramente.
No plano pessoal, deixei de contar os anos que faço e passei a contar os anos que ainda por aqui me é permitido andar. Sou um bebezinho, tenho agora um aninho que a máquina de hemodiálise me permitiu viver. Vamos ver quantos ela tem para sustentar pelo menos com uma qualidade de vida minimamente decente. Estou alegre e feliz por poder conviver com a minha família, sempre um dia a mais depois do anterior. Não faço mais planos a curto, que dizer a longo prazo. O meu amanhã é hoje e ontem não recordo mais quando nem como foi. Só o hoje me interessa, o aqui e agora. Por isso não formulo desejos para mim para 2019. Quero que todos vocês possam satisfazer todos os vossos desejos e que a Paz seja o pior dos estados de espírito que tenham que enfrentar e que continuem a gostar de me ler.
A todo(as) o meu abraço fraterno