Variedades Sócio Político Econômicas

30 SET 2022

Análise final da campanha eleitoral.

 

Vergonha é tudo que me resta de saldo desta chamada campanha eleitoral. O primeiro grito que desejo dar é de alguém que se sente humilhado, desrespeitado e desvalorizado, pois estender aquilo a que chamaram de debate (mas na verdade não passou de uma troca de acusações sobre ações passadas que em nada vão alterar o país que habito nos próximos anos) até cerca das duas horas da manhã é, antes de mais nada, inumano. De um lado temos os participantes, do outro lado os sujeitos partícipes (ou não) das práticas que um desses senhores desenvolverá no futuro mais próximo, ou seja, amanhã.

Quanta falta de sensibilidade. A que ponto chegaram os pretendentes, nessa oportunidade que lhes foi dada (prefiro dizer que lhes foi vendida) pela globo a cada um dos patéticos candidatos a serem o futuro representante máximo da nação que eles tentaram vender como sendo aquela detentora de capacidade para ser um dos maiores países do mundo (pela sua riqueza natural, sim, mas pelo comportamento de seu povo, jamais!). O povo, neste imbróglio, só é culpado pela incapacidade de perceber que no espetáculo circense que se monta a cada quatro anos lhe cabe sempre o papel mais insignificante, que não tem por função que não seja outra que legitimar a sentença estabelecida por aqueles que se julgam os donos do destino de 250 milhões de seres, uns mais pensantes que outros, mas de qualquer forma seres que poderiam alterar os rumos do voo rasante que a nave Brasil realiza a cada quatro anos.

Não vou discutir de quem é a culpa dessa situação, pois acredito que ficaria igual cachorro tentando morder o próprio rabo. O Brasil de ontem, o Brasil de hoje, é um brinquedo nas mãos dos capitalistas que, de suas poltronas bem almofadadas ditam e exigem resultados dos pelegos que ousam, a cada quatro anos, discutir as porqueiras que fizeram, ou não, nos quatro anos passados. Seria muito mais interessante disputarem um videogame do qual sairia como vencedor o melhor mentiroso, aquele que melhor defendesse a tática de ataque ao que é de todos para ser usufruído por um pequeno grupo. Nojo! É tudo que resta descartar depois de ser ardilosamente construído por todos os pretendentes a “testa de ferro” para executar os planos projetados pela Nova Ordem Mundial.

Os intermediários desta situação de ilusão para um povo analfabeto político, há muito estão confortáveis em seus assentos rudes na beira da sociedade trabalhadora e pensam que estão exercendo seus legítimos deveres. Sindicatos, entidades de classes, há muito estão desempenhando um papel de falsos defensores da classe trabalhadora, mas no frigir dos ovos pouco mais fazem que evitar que eles (os ovos) fiquem queimados na frigideira. O nosso pensador C. R. Brandão há muito vem martelando sobre a “nova função dos sindicatos” no contexto idealizado pelos mais poderosos para se desenvolver o meio mais adequado ao sucesso do capitalismo selvagem que começou a ser praticado “legalmente” lá em pleno século XVIII e do qual ainda não nos permitiram a saída, em vista da manutenção dos interesses do feudo.

Se há um resultado a extrair dessa afronta que nos foi feita nesta noite passada de 29 a 30 de setembro, não pode ser outro que dias tenebrosos nos esperam, qualquer que seja o eleito. De um lado ao outro, se exprimido e centrifugado o que nos foi apresentado, restará sempre um saldo pífio para aqueles que são os verdadeiros obreiros do que a seguir virá. A divisão do bolo que se busca confeccionar será sempre desiquilibrada – uma parte enorme e mantida secretamente por um orçamento no qual quem mais manda menos acesso tem, e, do outro lado as migalhas cada dia menores que serão disputadas à bala, ato que contribuirá para a diversão dos mais poderosos, tal como nas arenas da antiga Roma.

Estou desiludido e descrente do que possa vir a ser “o futuro” das gerações mais novas e daquelas que estão por chegar. O presente mostra uma perspectiva temerosa para o amanhã. E nós, infelizmente, tementes de ações desgovernadas praticadas por loucos, assistimos a tudo, impávidos e serenos. São as palavras do Hino Nacional se concretizando na sua forma mais completa possível. Atentem!

Um espaço temporal como este, desperdiçado da forma mais vil que nos foi mostrado, poderia servir para se discutirem as propostas de atos que se desejam praticar e não servir para tentar definir quem foi o pior praticantes das funções para que foi designado. Uma lavagem de roupa suja que nada nos trará se não forem analisados os resultados (positivos ou negativos para o complexo Brasil) que dessas ações resultaram. Se há um resultado a se analisado é aquele que adveio da impunidade pela irresponsabilidade dos atos praticados. A impunidade de um é o maior incentivo dos que sucedem. Os homens de leis chamam a isso de jurisprudência: se “A” não foi punido, “B” também não será. E assim caminha a humanidade relapsa que se abriga sobre esse guarda chuva que a cada dia se reforça no caminho da criminalidade. Nem ansiedade eu sinto mais por saber quem “ganhará” nesse jogo de fingimento e desfaçatez no ato de mentir. O que vier será aquilo que teremos de enfrentar com o nosso poder caótico resultante de uma fraca preparação para o convívio social. Entre loucos e abobalhados devemos nos preparar para tentar viver da melhor forma que seja possível extrair daquilo que nos oferecerem. Devíamos aprender a saber exigir o que é nosso de direito, mas infelizmente falta-nos a capacidade maior de saber quais são nossos direitos.

0 MEU SILÊNCIO AO LONGO DESSA FAMIGERADA CAMPANHA É A TRADUÇÃO DO MEU SENTIMENTO MAIOR. 

 

02 SET 2022

O mundo está ficando inabitável.

Aguardei, ansioso, a chegada de mais um mês (neste caso setembro, pois o Agosto se foi, deixando recordações, mas não saudades!) na espetativa que novos resultados surgissem. Como não sou nem ambicioso e muito menos ganancioso, não era muita coisa diferente que eu esperava, contentar-me-ia com uma mudança comportamental do ser humano, dito homem. O mundo, como todos sabemos, entrou numa rota de colisão frontal com o que de pior este planeta já produziu - o nazismo fascistóide. Pode ter sido o movimento inverso, mas esperam os mesmos resultados.

Essa rota de colisão pode ser notada através dos movimentos ondulatórios registrados e proporcionados pelas ondas que desejamos evolutivas, na ânsia de uma vida mais harmoniosa. Esta condição, infelizmente, tem se tornado campo de violência pois não há muitos seres pensantes obstinados em conquistar a paz e a tranquilidade, de espírito e social, respectivamente.

Ao contrário, o individualismo exacerbado tem conduzido a humanidade ao desamor, ao desapego e, de forma nada dissimulada, à criação dos "Mitos", seres que se julgam superiores a todo e qualquer ser social. Em nome desses mitos, com apoio e incentivo, os sectaristas agem em nome de um deus, atendendo às orientações "mitológicas" que visam, tão simplesmente, o crescimento pessoal e de poucos de seus apaniguados, geralmente familiares.

O pânico está estabelecido. Usando táticas de guerra/guerrilha e armamento pesado/leve partem para a eliminação dos seus mais diretos inimigos, segundo uma classificação própria, sem grandes critérios de estabelecimento. O principal alimento dessa raça é o ódio. Algo doentio que sempre esteve presente na sociedade brasileira, mesmo que se de uma forma discreta, enquanto aguardava a chegada do Messias que estava sendo formado ao longo de 27 anos, nas cadeiras da Câmara dos Deputados. Hoje vivemos a incerteza da continuidade da democracia que tanto suor e lágrimas custaram a este povo enfeitiçado, subjugado e atraído com proteínas de osso e pele de frango. O povo cegou à medida que ia sendo plenamente domesticado. 

Mas é nosso dever mostrar caminhos que permitam a retomada da visão, não será fácil, mas sempre possível, ao mesmo tempo que procuraremos impedir que mais demonstrações de loucura e insanidades sejam cometidos.

Atentos brasileiros!!! 

Nossa hora de reagir está chegando!!

Façamos a nossa parte!

 

31 AGOSTO 2022

Necessidade de primeira ordem.

Depois de ter assistido inúmeras propostas (mirabolantes) de governação para o país, parei e pensei o que imagino possa ser transformado em PL (Projeto de Lei) ou DL (Decreto Lei).

Por exemplo: um candidato a Governador de qualquer Estado (aplica-se o exemplo a todo e qualquer candidato a eleito político) faz a seguinte promessa – “No meu governo brasileiro terá oportunidade de usufruir dos benefícios de cinco hospitais que irei fazer construir só para atender os mais necessitados”. Eleito, labuza-se dos doces que o poder oferece e, de tão inebriado com a facilidade que é “botar a mão” no dinheiro alheiro aproveitar ao máximo, esquecendo-se de cumprir as promessas feitas aos eleitores. Na eleição seguinte ele volta com a mesma promessa acrescida de algumas unidades. “Eu prometo”. É muito fácil prometer.

Não, porém, legislação contra falsas promessas e de falsa promessa em falsa promessa o energúmeno vai contribuindo para o enriquecimento de meia dúzia, deixando no mais completo abandono o restante da população de seu país. Hoje o político só é politico para si mesmo, não se fazem mais políticos como antigamente, que eram linchados em praça pública, sendo o linchamento provocado pelo trabalho feito em defesa dos menos assistidos. Trabalhar por todo um povo deve ser muito cansativo, pensam os candidatos atuais, por isso e como nada me impede, vou encher meus sacos de dinheiro sem me preocupar com o bem-estar ou o mal-estar da sociedade besta que me elege.

A proposta deve permitir e aconselhar a firmeza da condenação de todo cidadão que prometa e não cumpra sua promessa, desde que seja possível constatar a burla praticada pelo estelionatário. Não é difícil provar-se a má fé de quem promete e não paga, basta que todo candidato seja obrigado a registrar em cartório ou no TSE uma cópia do seu projeto de governo para que ao final do mandato possa ser avaliado o seu desempenho. Em caso de avaliação muito negativa que o elemento candidato seja punido com a decretação de, entre outras sanções, perda vitalícia do direito de tentar se eleger novamente em não importa qual cargo ou local.

Se a legislação aprovasse isso, acredito que, muitos ladrões do colarinho branco pensariam duas vezes antes de ir praticar o mal maior.

Sei que esta não passa de uma hipótese muito remota diante do quadro de criminosos inscritos no “Hall” da fama da malvadeza. O brasileiro, hoje quando nasce é imediatamente registrado na lista de futuros ladrões e recebe para isso documentação de validade nacional e vitalícia. Ao continuar vivendo, se não for modificando seu modo de ser, atingirá a sua potencialidade máxima para se tornar membro do clube dos ladrões do colarinho branco (CLCB) assim que adentrar o mundo dito produtivo. Entre esses membros estão todos os que resolvem direcionar-se a política, essa grande fábrica de “despretensiosos” homens de bem que atuam no momento dentro dos chamados três poderes estabelecidos.

Então, gostaria que se estabelecesse uma frente popular capaz de aliviar um pouco a carga de mal resolvidos pleiteantes de um cargo na vida política como fim rápido de sair da miséria que eles memos criam e se entregarem, corpo e alma ao vilipêndio da coisa pública.

Hoje em dia conheço poucos que tenham a coragem de se transformar em verdadeiros homens políticos para exercerem a política democrática tal qual ela é preceituada pelos seus cânones. Homem e político perderam, há muito sua essência, ou a recuperam no mais curto espaço de tempo, ou voltamos mais rápido ainda ao canibalismo (fera engolindo fera).

 

12 AGOSTO 2022

 

O CUSTO DO TRABALHO.

 Na falta de outro assunto que me agrade para estabelecer novo tópico para debater, resolvi discutir com um oponente imaginário o custo do trabalho nosso de cada dia. Vale, de início dizer que não sou economista e que falarei pela voz da razão construída ao longa das experiências vivenciadas durante bem mais de 50 anos de produção.

Não é segredo para ninguém, até mesmo para quem nunca precisou trabalhar, sendo-lhe suficiente mandar os outros trabalharem para eles, que a discussão do valor do salário mínimo (que deveria ser apenas uma referência e não uma prática a que se agarram os capitalistas para pagarem cada vez menos ao trabalhador e aumentarem seus lucros) é uma quase guerra nuclear de quem tem bombas contra quem só dispõe de fisgas, fundas e ramos mal esgalhados de árvores secas, para se defender. Mas essa luta não é tão desigual em todo mundo.

Tive a felicidade de trabalhar um pouco em várias regiões do mundo. Quando era trabalhador de indústria ou comercio do local tinha com ele relações diretas praticadas no sistema de compra e venda de mercadorias de uma forma mais indireta que me permitiam tomar conhecimento das relações entre trabalho e salário ali praticadas. Um primeiro destaque: em parte alguma do mundo vi ou percebi uma relação mais favorável ao trabalhador que se pudesse comparar com o idealizado pela teoria do valor do trabalho proposta por Marx. Então vejamos: com o trabalho produzimos mercadorias e ou produtos que vão ser permutados seja por dinheiro, seja por outro tipo de mercadoria. Este é um primeiro fato incontestável. Um segundo fato inegável é que o trabalho é uma outra mercadoria, a única que o trabalhador tem para vender e com essa transação adquirir o direito a receber um valor “X”, pelo resultado de sua ação, a que chamam salário. Esse salário proposto pelo capitalista pressupõe uma produção “Y” ao longo do mês, a não satisfação desse valor pode implicar diretamente na perda do posto de trabalho. Se as condições propostas forem aceitas, o cidadão terá garantido o seu posto de trabalho, consequentemente, o seu salário mensal. A minha questão de hoje me leva a questionar o valor desse salário.

Perceba, salário = valor atribuído ao trabalho mensal. Os dois valores dessa equação são previamente contratados, enfatizando-se o primeiro (sempre o menor possível) e exigindo-se que o segundo seja sempre o maior alcançável. Posso afirmar que, para o capitalista, por mais que você se esforce e trabalhe até quase morrer de tanto esforço, jamais atingirá os 100% da meta que ele, capitalista, estabelece.

É, portanto, no estabelecimento do valor “X” que se determina qual o valor do trabalho. Ressalto, novamente, a “mobilidade” desse valor que é determinada por uma outra invenção do homem – o relógio. Para você fazer jus a “X” necessita, além de tudo já apontado, vencer a luta contrarrelógio que o capitalista lhe impõe.

Onde eu vejo e estabeleço razões entre valores nas diversas partes do mundo por onde andei? A primeira diferença vai na questão do salário mínimo (sm) que é estabelecido em boa parte da Europa através da análise do valor necessário para fazer frente às condições mínimas para continuar vivendo dignamente. Este valor é referência para, a partir dele, se estabelecerem os menores valores de remuneração (básica) a ser paga ao trabalhador de qualquer área da produção, estabelecer valores para impostos, calcular preços válidos em todo o país para uma mesma mercadoria, sendo, portanto, um valor autônomo em relação ao salário base do trabalhador.

Ao resultado do acerto do valor do salário base, sempre acima (+ ou -) do sm, se chamava de salário base (sb)de tal profissão. Exemplo apenas didático: um vendedor de móveis tinha seu salário base calculado/acertado em 1,2 sm acrescido de uma pequena comissão sobre o quantitativo de vendas que você faturasse. Esse valor final lhe seria devido caso você cumprisse com um quesito obrigatório geral que era trabalhar 192 horas no mês e atingisse a cota de vendas imposta pelo patrão. Então, o valor do salário mensal era calculado com sb+comissão.

O valor do salário base dava origem ao chamado valor de hora trabalhada, a partir do qual se calculava o valor da hora extra, caso fosse necessário. Vale lembrar que existe toda uma regulamentação do cálculo desse valor, considerando o valor inicial, a % a acrescer a esse valor em função do dia/período em que elas foram utilizadas.

Teríamos uma melhor condição de sobrevivência? Claro que sim, mas precisamos deixar bastante claro que ainda estaríamos muito distantes do ideal preconizado pelas sociedades progressistas.

 

04 JUNHO 2022

Olhar político

Estamos a pouco mais de 120 dias, se a minha calculadora não estiver errada, da eleição presidencial que poderá inverter o sentido da caminhada política que tem desnorteado os destinos do país. No ar paira um ar de vitória das esquerdas, mas em se tratando de política e tendo como candidato pessoas coma as credenciais tais as que apresente o atual ocupante da cadeira mais alta da nação é sempre preocupante fazer um prognóstico final. Só a abertura das urnas nos poderá dizer qual será o nosso mais próximo futuro.

Apesar de já serem conhecidos os concorrentes e, dentre eles, os mais apontados como favoritos, precisamos fazer uma reflexão a respeito das propostas de cada um deles. Um tem mostrado abertamente qual a projeção que faz para um possível segundo mandato: nazifascismo é a sua aposta. O segundo, apesar de suportar galhardamente o título de melhor presidente do Brasil de todos os tempos – defensor de uma esquerda dialogadora com as demais tendências – não me parece, contudo, disposto a apresentar novas ideologias que possam permitir um enfrentamento do novo mundo que está sendo construído.

O representante dessas esquerdas, como lhe chamam, está, de acordo com as pesquisas (sempre duvidosas) a dois pontos percentuais da vitória logo no primeiro turno. A ser verdade, precisa vir a público declinar seu projeto de governo e atentar para que sejam corrigidos os erros que cometeu nos seus dois primeiros mandatos que, como já disse, mesmo malgrado isso foi considerado o melhor presidente.

O próximo mandato, seja dele ou de outro qualquer, não será fácil. O mandatário que virá vai enfrentar “uma casa” em escombros e as finanças em frangalhos uma vez que não tem mais uma estrutura de produção como havia há poucos anos atrás. Tudo foi destruído, trocado por duas ou três patacas e apresentando uma série de dificuldades de reestruturação. De 2003 a 2023 terão passado exatos vinte anos. Não é pouco tempo e as transformações sociais foram enormes e exigem uma atuação dos governantes bastante diferentes do assistencialismo praticado em benefício do povo.  Fez muito, mas não fez tudo, afirma que aprendeu muito nestes anos que separam o fim do seu segundo mandato de um possível terceiro. O povo precisa acreditar que mudanças virão em relação ao mais próximo passado. Quanto mais rápido essas mudanças forem anunciadas mais rapidamente o povo se decidirá por qual modelo de governo vai optar.

Neste momento, apesar de uma maioria estar tendente a votar na esquerda, nota-se uma incerteza que pode ser traiçoeira na falta de melhores e maiores informações sobre o que a espera a partir de 01/01/2023. O povo quer saber e a coligação das esquerdas precisa mostrar ao que quer vir. Devem-nos isso, portanto, deixemos de lado os encontros de casinhas e vamos cair na rua para informar o cidadão e a cidadã de nossas propostas que até agora permanecem só entre os caciques, mas quem vota e elege é o povo.

Vamos ao trabalho para retirar o povo da ansiedade e, até mesmo, da ignorância de um futuro que está batendo na nossa porta. Se esta atitude não for tomada é grande o risco de uma virada de mesa que nenhum ser minimamente intelectualizado não deseja. Lições de história não nos faltam, em contrapartida faltam-nos exemplos de praticas que mereçam o nome de democracia.

 

 

20 NOVEMBRO 2021

O NOBRE E O GUERREIRO

              

Bom dia.

Algo me escapa, não sei se por ignorância ou por falta de uma análise mais aprofundada da situação política que o mundo enfrenta. Vou aproveitar as notícias que nos chegam (nem sei o quanto confiar nelas!) da viagem que ex presidente Lula está fazendo pela Europa e das “conversações” entabuladas, que nem sempre dizem respeito ao Brasil de forma unilateral.

Do panorama geral, sendo direto e objetivo, é possível dizer-se que a extrema direita nazifascista está assumindo as rédeas do comando de muitas “bestas” descontroladas. É um fato. Mas fica sempre aquela pergunta que não quer calar: quais os motivos para esse aumento da ira humana, principalmente, contra os seus semelhantes? Não quero (questão pessoal) acreditar em Nietzsche que pensa “a vida como impulso, assim mau seria tudo o que é fraco e não consegue ser um afirmador da vida e o bom é o nobre, o guerreiro, que ama a vida enquanto relação de força”. (p.20). E não quero acreditar porque se um é mau por ser fraco, o outro não me parece melhor por se aproveitar das fraquezas do outro a quem o “nobre, o guerreiro” só vence por não enfrentar maior resistência no fraco.

Tragamos isso para a nossa realidade atual. O “nobre”, não é bom, pois usa e abusa de seu status atual para colocar em prática ideias loucas que um dia já lhe passaram pela cabeça de “guerreiro” tresloucado e se transformou num pária, rejeitado pela maioria dos outros “nobres” que guardam dentro deles “um quê” de maldade em relação aos seus súditos. Mas voltemos ao nosso “guerreiro”.

Há algo nele que me alegra e me assusta ao mesmo tempo: é o nosso guerreiro que não é nobre (palavras dele ao afirmar ser um simples torneiro mecânico que um dia se viu obrigado a fugir da fome, para não ter uma morte Severina). Admiro nele a qualidade de perdoar seus algozes, que um dia o trancafiaram durante 580 dias, apenas para que não continuasse a desenvolver a sua teoria politica administrativa de um país que tem potencialidade para atingir uma posição bem pertinho do topo da pirâmide que os homens teimam em formar, como se neste plano terrestre não devêssemos ter todos as mesmas chances de chegar lá. Essas diferenças, estipuladas com base em conceitos mais que racistas e preconceituosos, são indignas de um ser que se diz humano. Temos muito a aprender com os outros reinos animais e, principalmente, com os ensinamentos que a mãe natureza nos dá a cada instante. Mas para isso precisamos evoluir. Estamos muito longe.

Uma das principais virtudes que precisamos desenvolver é a humildade. Aí está a grande diferença que fez de Lula o maior estadista brasileiro (apontado como um dos maiores do mundo), atitude que o atual ocupante do cargo presidencial não tem. Em contrapartida, o caráter belicista do atual mandatário dá mostras que ele pretende entrar para a história, mas pela porta dos fundos, prática que ele vem desenvolvendo para chegar ou sair dos locais onde o ambiente não é tão bovino/muar e ele não se sente nos seus currais!

Mas não falemos no Brasil, falemos do velho mundo, aquele que deveria ser exemplo para os “mundos” mais jovens. Uma verdadeira calamidade, quase totalmente tomada de assalto pelos extremistas, faz as pessoas civilizadas parecerem bandidos entocados em suas casas que não são mais respeitadas e a garantia da inviolabilidade. O mundo está de pantanas, mas ainda acredito que humanidade vencerá esta guerra. Pode até perder algumas batalhas, mas no fim a guerra será vencida pelo humanismo. Sou, ou estou, talvez, me tornando num sonhador, mas escute, você que me lê, precisamos urgentemente nos tornarmos sonhadores e abandonarmos o estado de pesadelo que vivemos. Não precisamos ser exatamente bons, basta que sejamos humanos, dentro de toda a acepção da palavra, para vencermos este status quo.

Se há culpados, esses são os homens. A racionalidade(?) que foi sendo construída, como podemos perceber ao olharmos a história próxima passada, nos tornou cada dia mais irracionais, individualistas e extremamente tóxicos para aqueles que, desprevenidos, de nós se aproximam. Não entendem os coitados, que só nos servirão enquanto tiverem algo para me dar, quando nada mais restar que o bagaço, jogo-os na fila do osso. Há quem culpe o “sistema”, mas, quem compõe o sistema? Quem são os mandatários do sistema, outros que não os egoístas, infelizes homens tão ricos que só têm dinheiro, mas morrem, quantos deles, como cachorros abandonados, na solidão dos cifrões e na falsidade que estes carregam.

Penso, logo registro, que enquanto continuarmos a conjugar os verbos (ações) na primeira pessoa do singular estaremos aprofundando o fosso que nos separa dos nossos semelhantes, com os quais não nos preocupamos. Um erro, a meu aviso, mas que não posso corrigir sozinho, senão alertar para o caos que se avizinha por conta do nosso comportamento. Exemplemo-nos no velho metalúrgico que parece mais uma lâmpada de 1000w, pois onde chega os rostos se iluminam e a cordialidade se estabelece. Aprendamos e pratiquemos a lição.

 

25 SETEMBRO 2021

Para vencer a Direita:
Parei para reler um texto que julgo maravilhoso e que reflete bem a situação em que nos encontramos, infelizmente e por muitos dos motivos que aqui estão apontados. Que possamos refletir um pouco mais antes de sufragarmos nosso voto lá no próximo ano de 2022. Seria muito interessante que este texto (que não é meu, mas me representa plenamente e vai assinado pelo autor) fosse reproduzido ao ponto de atingir o máximo de pessoas com um pouquinho de capacidade para retirarem dele alguma força, ou lição, capaz de as convencer de que um outro Brasil ainda é possível, se não acabarem com ele antes das próximas eleições.
Boa leitura!
Precisamos refletir sobre a relação entre a militância socialista, e outras dimensões da vida, em especial, a religiosidade. A maioria da militância de esquerda é muito apaixonada pela identidade socialista, e isso é bom. Abraçamos a causa mais elevada do tempo que nos coube viver. Somos muito comprometidos com nossa aposta estratégica. Temos obstinação revolucionária. Esse é um ponto forte da esquerda.
Mas é, paradoxalmente, nosso ponto fraco. Porque somos, também, em maior ou menor medida, sectários. Somos tão sectários que, frequentemente, não sabemos que somos sectários. Ser sectário é ser estreito, inflexível, rígido, intransigente, ou até mesmo áspero e intratável. Muitos ativistas honestos ficam desgostosos em discutir ideias se percebem uma atitude arrogante. Ninguém gosta de desaforo.
A luta política se desenvolve na arena da vida pública. A luta política atravessa nossas vidas nos locais de trabalho, de moradia, de estudo, e outros. Ela não se resume à luta pelo poder. Estamos engajados em movimentos sociais, sejam sindicais, estudantis, populares, agrários, de educação, de saúde pública, de mulheres, ambientais, territoriais, LGBT’s, culturais, e outros.
Mas todos aqueles que militamos estamos inseridos, também, em variados espaços que definem nossas vidas privadas, e até a dimensão pessoal da existência. Os mais importantes são as famílias e os círculos de amizade. Mas há, também, os espaços que remetem às nossas preferências e escolhas.
Tem gente que adora demonstrar as virtudes de acordar cedo, dormir tarde, ou de fazer a sesta. Tem muita gente convencida que as dietas são um tema político. Na luta socialista podemos conviver, harmoniosamente, entre não fumantes e fumantes; veganos, vegetarianos e carnívoros; alopatia ou homeopatia; sertanejos, roqueiros e sambistas; cinéfilos ou literatos, românticos ou surrealistas, corintianos, santistas e palmeirenses; sedentários e atléticos, pedestres, ciclistas e motociclistas; etc.
Entre todas estas dimensões da vida privada, a mais importante é a da religiosidade ou espiritualidade. Ela ocupa um espaço importante no sistema de valores, apegos, crenças, e esperanças da imensa maioria do povo.
No último Censo demográfico, em 2010, aqueles que se autodefiniram sem religião, ou seja, ateus e agnósticos somavam quinze milhões. Mais de 123 milhões se declararam católicos, mais de 42 milhões como evangélicos, e quase quatro milhões como espíritas. Os dados disponíveis confirmam que estamos entre as populações mais religiosas do mundo. É improvável que as informações do próximo Censo, em 2020, sejam muito diferentes.
Ser socialista não é a adesão a uma associação de descrentes e incrédulos. Não somos uma carbonária de ateus e agnósticos. Ser socialista é fazer a defesa de um programa político. Um programa político é um projeto de luta pelo poder do Estado. Defendemos que o Estado esteja separado das Igrejas. Nesse sentido, o programa socialista é republicano, o que quer dizer que a esfera da vida privada deve permanecer protegida da ingerência do Estado. A vida privada, para não falar da vida pessoal, deve ter plena autonomia.
Não é razoável esperar que todos aqueles que querem se organizar para lutar contra o capitalismo tenham que renunciar à sua fé. Evidentemente, não há nada de errado, tampouco, se um militante se empenhar em defender o ateísmo. Trata-se de luta ideológica. Mas não somos uma sociedade científica. Respeitamos as sociedades científicas. É muito razoável que haja socialistas entusiasmados pela ciência. O que vale para a espiritualidade deve valer, também, para outras crenças. Não são tão poucos os militantes que encontram conforto na astrologia, na leitura de cartas de tarô, na numerologia.
A luta pelo ateísmo não deve estar nem no programa, nem nos estatutos de uma organização socialista. Portanto, dentro de organizações socialistas deve ser possível a convivência entre militantes ateus, agnósticos e religiosos.
Isso é assim, por variadas razões. A primeira e mais importante é que devemos ter respeito e tolerância uns com os outros, porque temos inimigos muito poderosos e queremos vencer. Todos os lutadores anticapitalistas devem ser bem-vindos. A fé religiosa é uma experiência individual.
Isso não significa, evidentemente, que a esquerda não deva fazer luta política contra líderes ou instituições religiosas que defendem o capitalismo. Mas luta política e luta ideológica são diferentes, e obedecem a diferentes regras. A luta política contra Igrejas reacionárias é necessária e legítima.
Em segundo lugar, é bom lembrar que o marxismo não é uma teoria sobre tudo. Não é uma doutrina. Marx, ainda muito jovem, portanto, em processo de amadurecimento, quando estava em ruptura com o hegelianismo de esquerda, escreveu uns parágrafos pouco compreendidos sobre o lugar da religião:
A miséria religiosa é, de um lado, a expressão da miséria real e, de outro, o protesto contra ela. A religião é o soluço da criatura oprimida, o coração de um mundo sem coração, o espírito de uma situação carente de espirito. É o ópio do povo.
O mais importante desta citação é que foi escrita por um ateu que reconhece a humanização ou consolação que a experiência da fé pode significar. Não é só alienação diante da mortalidade da nossa condição. Devemos aprender a respeitar a subjetividade de todos os lutadores da causa socialista. Não faz sentido torturar militantes com fé religiosa com discussões sobre se Deus existe ou não.
 
Valério Arcary

11 SETEMBRO 2021

 

ÚLTIMO DISCURSO DE SALVADOR ALLENDE

 

Meus amigos, seguramente esta será a última oportunidade em que posso vos dirigir a palavra. A Força Aérea bombardeou as torres da Rádio Portales e da Rádio Corporação.

Minhas palavras não têm amargura, mas decepção. E serão o castigo moral para os que traíram o juramento que fizeram: soldados do Chile, comandantes em chefe titulares, Almirante Merino, que se auto-designou comandante da Marinha, mais o senhor Mendoza, general rastejante que ainda ontem manifestara sua fidelidade e lealdade ao Governo, e que também se autodenominou Diretor Geral dos Carabineros [a polícia nacional]. 

Frente a estes fatos, só me cabe dizer aos trabalhadores: eu não renunciarei!

Colocado numa encruzilhada histórica, pagarei com minha vida pela lealdade ao povo. E vos digo que tenho certeza de que a semente que entregamos à consciência digna de milhares e milhares de chilenos não poderá ser negada definitivamente.  Eles detêm a força, poderão nos avassalar; mas não se pode deter os processos sociais. Nem com o crime, nem com a força. A história é nossa, e os povos a fazem.

Trabalhadores da minha pátria. Quero vos agradecer a lealdade que sempre tiveram, a confiança que sempre depositaram em um homem que foi somente intérprete de grandes anseios por justiça; que deu sua palavra de que respeitaria a constituição e a lei e assim o fez. 

Neste momento definitivo, o último em que eu poderei dirigir-me a vocês, quero que aproveitem a lição: o capital estrangeiro e o imperialismo, unidos à reação, criaram o clima para que as Forças Armadas rompessem sua tradição, que lhes ensinara o general Schneider e reafirmara o comandante Araya, vítimas do mesmo setor social que hoje estará esperando com as mãos livres, reconquistar o poder para seguir defendendo seus lucros e seus privilégios.

Eu me dirijo, acima de tudo, à modesta mulher de nossa terra, à campesina que acreditou em nós, à avó que trabalhou mais, à mãe que soube de nossa preocupação pelas crianças. Eu me dirijo aos profissionais da Pátria, aos profissionais patriotas que há dias estiveram trabalhando contra a sedição patrocinada pelas associações profissionais; associações classistas que também defenderam os lucros de poucos de uma sociedade capitalista.

Me dirijo à juventude, àqueles que cantaram e entregaram sua alegria e seu espírito de luta. Me dirijo ao homem do Chile, ao trabalhador, ao camponês, ao intelectual, àqueles que serão perseguidos, porque em nosso país o fascismo já está há tempos presente: nos atentados terroristas, explodindo pontes, cortando as linhas férreas, destruindo oleodutos e gasodutos perante o silêncio daqueles cuja obrigação era protegê-los. Estavam comprometidos. A História os julgará.

Seguramente a Rádio Magallanes será silenciada e o metal tranquilo da minha voz já não vos alcançará. Não importa. Continuarão a ouvi-la. Sempre estarei junto a vós. Pelo menos minha memória será a de um homem digno, que foi leal à Pátria. 

O povo deve se defender, mas não deve se sacrificar. O povo não deve se deixar arrasar nem tranqüilizar, mas tampouco pode humilhar-se.

Trabalhadores de minha pátria, tenho fé no Chile e em seu destino. Outros homens superarão este momento cinza e amargo sobre o qual a traição pretende se impor. Sigais sabendo que muito mais cedo do que se espera, se abrirão novamente as grandes alamedas pelas quais passarão homens livres para construir uma sociedade melhor.

Viva o Chile! Viva o povo! Viva os trabalhadores!

Estas são minhas últimas palavras e tenho certeza de que meu sacrifício não será em vão. Tenho a certeza de que, pelo menos, será uma lição moral que castigará a perfídia, a covardia e a traição.

 

23 AGOSTO 2021

Noam Chomsky.
Um dos mais importantes intelectuais da vida hoje, elaborou a lista das 10 estratégias de manipulação através dos meios de comunicação social.
Dedique 5 minutos e não se arrependa. Não fosse mais nada para ampliar seus conhecimentos.
1-A estratégia de distração
O elemento primordial do controle social é a estratégia de distração que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e econômicas, através da técnica de dilúvio ou inundações de contínuas distrações e informações insignificantes.
A estratégia de distração é também indispensável para impedir o público de se interessar pelos conhecimentos essenciais na área da ciência, economia, psicologia, neurobiologia e cibernética. Mantendo a atenção do público desviado dos verdadeiros problemas sociais, presa por temas sem importância real.
Mantendo o público ocupado, ocupado, ocupada, sem tempo para pensar, de volta à fazenda como os outros animais (mencionado no texto ′′ Armas silenciosas para guerras tranquilas ′′).
2-Criar problemas e depois oferecer as soluções.
Este método também é chamado de ′′ problema-reação-solução ". Cria-se um problema, uma ′′ situação ′′ prevista para causar uma certa reação por parte do público, com o objetivo de ser esse o mandante das medidas que se querem fazer aceitar. Por exemplo: deixar que a violência urbana se espalhe ou se intensifique ou organize atentados sangrentos, com o objetivo de que o público seja quem exige leis de segurança e políticas em detrimento da liberdade. Ou também: criar uma crise econômica para fazer aceitar como um mal necessário a retrocessão dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços públicos.
3-A estratégia da gradualidade.
Para fazer aceitar uma medida inaceitável, basta aplicá-la gradualmente a conta-gotas por anos consecutivos. É assim que as condições socioeconómicas radicalmente novas (neoliberalismo) foram impostas durante as décadas dos anos 80 e 90: Estado mínimo, privatizações, precariedade, flexibilidade, desemprego em massa, salários que não garantem mais rendimentos dignos , tantas mudanças que teriam causado uma revolução se tivessem sido aplicadas de uma vez.
4-A estratégia do adiamento.
Outra forma de fazer aceitar uma decisão impopular é apresentá-la como ′′ dolorosa e necessária ", obtendo a aceitação pública, no momento, para uma aplicação futura. É mais fácil aceitar um sacrifício futuro do que um sacrifício imediato. Primeiro, porque o esforço não é o empregado imediatamente. Segundo, porque o público, a massa, tem sempre a tendência de esperar ingenuamente que ′′ tudo vai melhorar amanhã ′′ e que o sacrifício exigido poderia ser evitado. Isso dá mais tempo ao público para se acostumar com a ideia da mudança e aceitá-la resignado quando chegar a hora.
5-Dirija-se ao público como às crianças.
A maior parte da propaganda direta ao grande público, usa discursos, tópicos, personagens e uma entonação especialmente infantil, muitas vezes perto da fraqueza, como se o espectador fosse uma criatura de poucos anos ou um idiota mental. Quando mais se tenta enganar o telespectador, mais tende a usar um tom infantil. Por quê? "Se alguém se dirigir a uma pessoa como se tivesse 12 anos ou menos, então, com base na 'sugestà bilità à bilitào', ela tenderá, provavelmente, a uma resposta ou reação mesmo desprovida de senso crítico como a de uma pessoa de 12 anos ou menos ver "Armas silenciosas para guerras tranquilas").
6-Use a aparência emocional muito mais do que reflexão.
Aproveitem a emoção é uma técnica clássica para provocar um curto circuito em uma análise racional e, finalmente, o senso crítico do indivíduo. Além disso, o uso do registro emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para implantar ou injetar ideias, desejos, medos e receios, compulsões ou induzir comportamentos.
7-Mantenha o público na ignorância e mediocridade.
Fazendo com que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e métodos usados para o seu controle e escravidão. "A qualidade da educação dada às classes sociais inferiores deve ser a mais pobre e medíocre possível, de modo a que a distância da ignorância que planeja entre as classes inferiores e as classes superiores seja e continue impossível de preencher pelas classes mais baixas ".
8-Estimule o público a ser complacente com a mediocridade.
Impulsione o público a acreditar que é moda ser estúpido, vulgar e ignorante...
9-Fortalecer a auto-culpa.
Fazendo o indivíduo acreditar que ele é apenas o culpado da sua desgraça, por causa da sua inteligência insuficiente, capacidade ou esforço. Então, em vez de se revoltar contra o sistema econômico, o indivíduo se auto desvaloriza e se culpa, o que cria um estado depressivo, um dos quais é a inibição da sua ação. E sem ação não há revolução!
10-Conhecer os indivíduos melhor do que eles mesmos se conhecem.
Nos últimos 50 anos, os rápidos avanços científicos geraram um fosso crescente entre os conhecimentos do público e os detidos e utilizados pelas elites dominantes. Graças à biologia, a neurobiologia e a psicologia aplicada, o ′′ sistema ′′ tem um conhecimento avançado do ser humano, tanto na sua forma física quanto psíquica. O sistema conseguiu conhecer melhor o indivíduo comum do que ele próprio se conhece. Isso significa que, na maioria dos casos, o sistema exerce um controle maior e um grande poder sobre os indivíduos, maior do que aquele que o próprio indivíduo exerce sobre si mesmo.
Tenho a certeza que você tem consciência (talvez direcionada) de todas estas 10 situações, mas ainda não age como um ser plenamente racional, ainda conserva uma parte robotizada. Cuidemo-nos!

 

13 JUNHO 2021

E VIVA SÃO JOÃO POIS A MORTE VEM A CAVALO!

 

Era a forma de dizer, lá na minha terra, que alguém morrera muito cedo e rápido. No Brasil, são os jumentos que que chegam rápido à morte, provocada pela Covid19, pois vão em busca dela montados em potentes motos ou em simples 125 – já que o gado tem dificuldades financeiras para comprar uma maior – comandados por Sua Ex* Sr Genocida, misógino, militar expulso do Exército Brasileiro por apresentar comportamento doentio (relacionado às funções mentais) que hoje está elevado à categoria de presidente da república pela classe mais desonesta do país, para encobrir as suas patifarias, roubos e sonegações, que é a classe dita Hight Socity.

Tudo este teatro de horrores (fechamento de toda uma rodovia de maior importância na maior cidade do país, que dá acesso a quase todas as regiões do Estado, num dia de sábado em que o movimento aumenta exponencialmente) a mando único e exclusivo de uma só pessoa, para se fazer acompanhar por uma horda de lunáticos que ainda o seguem (na sua maioria agentes de entidades que deveriam estar a serviço da segurança do povo, mas que ordeiros e submissos ao pastor do rebanho, o seguem para onde ele ordena – fala-se em algo como 6.000 agentes, entre policiais civis, militares, bombeiros e forças pertencentes ao exército, políticos de meia tigela e até agentes do corpo diplomático – para darem a impressão ao povo brasileiro que são muitos os seguidores de tão mau administrador como esse que nos conduz, a cada dia, para mais fundo num buraco que parece não ter mais fim.

Ele prepara um novo golpe para não largar o osso que rói feito cão raivoso, a não importa qual custo desde que sobre algum para a famíglia que se apoderou do poder através de mentiras, golpes, e práticas tão ao gosto de uma parte da população que o acompanha (ainda) em suas missões loucas como fazer 130 Km, aproximadamente, sem a menor das proteções contra todos os perigos possíveis de acontecer(contaminação pela Covid 19 por falta de máscaras, uso de equipamentos inadequados, como o capacete utilizado pelo genocida, por exemplo, dando péssimos exemplos numa clara provocação às forças da ordem ao cobrir a placa da moto que pilotava e dando demonstrações de péssimos motoqueiros, pois até acidentes causaram no próprio interior da motociata. Se analisada por diversos ângulos são inúmeros os crimes cometidos, além dos apontados anteriormente, talvez o mais marcante de todos eles, seja o crime de prática de campanha eleitoral antecipada e o aliciamento aos crimes que foram sendo cometidos ao longo do evento como os já aventados.

Depois disto tudo, eu questiono-me sobre o estado de saúde do povo brasileiro, principalmente na sua situação psicológica, visto que perante tantas aberrações, erros dos mais grosseiros, falta de respeito a uma Constituição que direciona a política do país e dos cidadãos, não há uma reação que se oponha à vontade de um Presimiliciano que tudo se permite. Acredito que em política, principalmente no Brasil, o maior objetivo seja o próprio bolso, no entanto, todos sabem da obrigação do cumprimento das leis. Nada, ninguém se opõe a quem, num “punch” sorri de satisfação ao saber que um de seus ex-colaboradores e, talvez maior inimigo de agora, fora morto na cidade do Rio de janeiro. Ali, assassinaram o maior comandante das milícias que operam de cara limpa e à luz do dia, sob a mão protetora do dito evangélico com a maior cara de pau que dirige a nação.

Espero acordar um dia e ficar sabendo que Bolsonaro deu mais um golpe no Brasil, o primeiro começou com uma fakada (por anda o Adélio?) continuou com a morte da Marielle... Mas não acredito que esse segundo golpe dure mais de 24 horas, pois os verdadeiros interessados no comando do país, por falta de mais o que fazer que receber a grana às carradas, querem sim ser eles os principais atores da cena dantesca que se está preparando. Teremos um revivail dos anos 60.

Se a idade me permitisse, se a família que constituí e as relações sociais me deixassem seria o primeiro a abandonar a nau que afunda a velocidade vertiginosa, mas meus bastantes (muitos depois dos 70) anos já não me permitem fazer estrepolias, principalmente pelo meu estado de saúde que não causa maior mal que impedir a movimentação para distante da minha casa. Então, o meu conselheiro intelectual me receitou dois remédios que são parte da solução do problema que se está criando até se encontrar um solução definitiva: “Pela manhã, um chazinho de "Raiz de Aguentamais" e ao anoitecer uma saladinha de folhas de "Espera por mais um pouco".

Boa cura!

 

12 MAIO 2021

Mais uma ameaça à Saúde Pública

 

(Com informações da AFP- Factual) “C’est de la folie!” Atenção para esta informação sobre a Covid 19 e a vacinação infantil.

Segundo a agência noticiosa France Presse circula nos meios digitais e não só, que “é a primeira vez que se irão vacinar crianças contra uma doença que não é infantil”. Vários especialistas explicam que só a vacinação contra a Covid 19 dos jovens de 12 aos 18 anos está planejada neste estágio, mesmo se o Conselho de orientação da estratégia vacinal evocou vários cenários considerando as crianças de 0 a 12 anos.

NÃO PASSA, PORTANTO DE UMA FAKE NEWS A NOTÍCIA QUE SE TRATA DE UMA TENTATIVA DE HOMICÍDIO VOLUNTÁRIO é que reporta uma notícia veiculada em larga escala no Face e no Twitter. Eis o teor da mensagem espalhada:

“aquele que fizer vacinar suas crianças contra a covid 19 não merece ser pai”, numa noticia Twitter. Já um outro reforça: “É um homicídio e voluntário #TouchepasAMesEnfants.

O governo (francês) anunciou no dia 2 de junho que os jovens de 12 a 18 anos podiam vacinar-se a partir do dia 15 de junho e justificou:

“Num contexto ainda incerto de se atingir a imunização coletiva, a questão da vacinação dos jovens e adolescentes se coloca a fim de aumentar a cobertura vacinal global”, resumia o Comitê Nacional de Ética, num aviso datado de 9 de junho 2021.

Num aviso publicado no fim de abril e colocado em dia em 11 de maio, o Conselho de Orientação de Estratégia vacinal tinha apresentado vários cenários, dentre eles a possibilidade de propor a vacinação “todas as crianças com mais de seis meses” ou de a propor para crianças com mais de três anos, uma “opção (que) parece razoável para atender a uma imunização coletiva suficiente”.

Essas pessoas de má fé que estão espalhando Fake News sobre esse caso de vacinação das crianças estarão a praticar um desfavor à humanidade e justificando a apelidação que têm recebido de NEGACIONISTAS, pois estão confrontando a ciência com falsas notícias e espalhando falsas crendices, próprias de que age sem conhecimento de causa, ver se não se trata de seres acéfalos que se deixam guiar pelos interesses escusos de terceiros. Vale dizer, no entanto, que essa vacinação só ocorrerá após exaustivos testes de possíveis efeitos negativos nessa parte da população.

Uma mentira que está sendo “vendida” é que o governo quer vacinar contra UMA DOENÇA e quem é minimamente inteligente sabe que não se trata de uma doença, o que enfrentamos no momento, e sim um AGENTE INFECCIOSO MORTÍFERO. Enquanto agente infeccioso pode atingir pessoas em qualquer idade. Fazendo uma brincadeira diria que esse agente infeccioso é tão analfabeto e irracional como as pessoas que acreditam em tudo que lhe conta, sem buscarem maiores informações a respeito, acreditam em tudo que escutam, são piores que as fofoqueiras de outros tempos que ficavam sentadas nas calçadas só para dar conta do que se passava e, depois, contarem à sua maneira, espalhando, assim, falsas notícias.

Precisamos, pois, ficar alertas com esse retorno às aulas que está sendo determinado, imposto pelos governos, sem a vacinação das crianças, já que os professores, na base do “punch” e sob imposição de condições, conseguiram ser vacinados. Reluto muito esse retorno às aulas sem uma segurança máxima, pois os riscos são enormes. As crianças ainda não têm o seu sistema imunológico completamente desenvolvido e serão vítimas fáceis para esse assassino. Perdida a juventude, o país em breve será um deserto que facilitará a satisfação da ganância das bestas-feras que desejam, a qualquer custo, se apoderar de todas as riquezas do mundo, por mais que isso lhe traga a infelicidade de terem que andar com guarda-costas até para irem no banheiro: que vida terão essas pessoas? Que privacidade terão e a que custo? O dinheiro não compra tudo!

Este é um alerta lançado hoje que breve chegará até nós (se é que já não está por aqui) e fará uma verdadeira lavagem cerebral no resto de neurônios que parte significativa da população ainda apresenta. Fiquemos alertas.

 

16 MAIO 2021

Ali babá e as igrejas

 

Abro o nosso informativo diário, a Net, e eis que me deparo com a seguinte notícia oriunda da cabeça de um Sr Juliano Spyer, antropólogo: ”Muitos jovens não estão no crime porque vão às igrejas evangélicas, e a esquerda devia pensar nisso, diz antropólogo” um pouco mais adiante avança com o que julgo ser um achismo: “Acho que é importante a gente perceber isso na hora de jogar pedra nessa religião, dizendo que essas pessoas são burras ou coitadinhas”, disse Juliano Spyer à TV 247”.

Estas afirmações, vindas de um antropólogo, destacando “o importantíssimo papel das igrejas evangélicas nas periferias brasileiras no que diz respeito ao processo de educação do jovem” fazem-me pensar duas vezes nos dois lados dessa mesma moeda.

A minha reflexão de hoje, por mais que eu não goste de discutir religião (sou agnóstico e como tal, olhando do lado de fora tenho uma visão menos nublada da realidade) não me omito de esclarecer o meu ponto de vista sobre o chamado “Ópio do Povo” já assim chamado desde a idade média, com o surgimento das religiões.

Marx já dizia: "A miséria religiosa é, de um lado, a expressão da miséria real e, de outro, o protesto contra ela. A religião é o soluço da criatura oprimida, o coração de um mundo sem coração, o espírito de uma situação carente de espírito. É o ópio do povo".

Percebo, tranquilamente e com o embasamento de analises de países em que a igreja tem apenas uma função de refúgio espiritual (veja-se o exemplo dos países nórdicos) e teremos uma visão mais esclarecedora da posição da igreja, qual que ela seja, na educação dos jovens, como nos diz Spyer.

Nos países periféricos, onde a distribuição de emprego e renda são extremamente desiguais, criando essa exclusão social a que chamam de periferia social, a igreja deveria cumprir papel que levasse à aproximação dos cidadãos e não ao aprofundamento do fosso, retirando do pobre o nada que ele possui. Aqui cabe uma explicação: não é apenas a igreja evangélica que procede dessa forma, a própria igreja católica apostólica e romana também “corre a sacolinha”, mas precisamos anotar as diferenças: enquanto uma vive do apoio que cada um pode dar, sem exigências ou pressões, até centavos são aceitos, a outra obriga, humilha e expulsa do templo quem não tem o mínimo que os pastores exigem que o rebanho lhes entregue. Não vivem da fé e da crença, vivem da exploração humana. Infelizmente, a laicidade de um país permite que “empresas” desse porte aqui convivam em harmonia com quem paga seus impostos e recebe uma merreca, que mesmo desse tanto ainda tentam lhes extorquir. Não o primeiro caso há pessoas que chegam a se desfazer de pequenas fortunas para, sob engodo, pensar em ganhar “o reino dos céus”.

Não acredito que a antropologia defenda esta situação, sob a alegação que estão tirando os jovens do crime. O jovem está/entra no crime por falta de uma estrutura estatal que lhe garanta uma vida minimamente digna, que lhe permita realizar parte de seus sonhos. Como não tem essa oportunidade, o jovem parte em busca da forma possível de conseguir, minimamente, uma forma de se afirmar, por mais que seja a pior das hipóteses como é a entrega ao tráfico que traz ganhos imediatos, mesmo que seja ao custo da própria vida. Outra opção que é ofertada a esse jovem é o roubo ou o latrocínio. Que futuro?! Mas o pastor não quer saber a origem do dinheiro, quer é saber de receber. Não se importa que, com tais ações, esteja contribuindo para o empobrecimento da população de mais baixa renda que é, na verdade, a sua galinha dos ovos de ouro. Quanta mais miséria espalharem mais carente se torna a multidão de espoliados, mais necessidades essa multidão tem de quem lhes leve uma palavra de alento, já que mais não seja para que busquem mais dinheiro e com ele ganhem mais um período de esperança em dias melhores. Enganação pura, que aliena, estupidifica, subjuga e impõe suas regras contrárias à harmonia social.

Religião? Religiões? Sim, afinal somos um país laico. Exploração? Lavagem cerebral? Induzir à violência, se necessário, para conseguir comprar uma vassoura por R$1.000,00 para limpar a casa dos pecados do mundo e garantir um lugar ao sol no céu? Não. Sr. antropólogo, nada tenho contra nenhuma igreja, nenhuma mesmo. O que eu condeno são as atitudes nefastas que elas pregam e praticam para o benefício único e exclusivo. Respeito todas elas enquanto divulgadoras de uma fé que o povo possa aceitar como forma de aliviar a consciência, de se iludir com uma crença e, até mesmo, colaborar para a manutenção do espaço de reunião, mas ser conduzido, feito gado, para o matadouro, a pagar o jatinho de um Pastor, as fazendas de gado de outro, os palácios de um terceiro, NÃO!

As pessoas ainda não entenderam e o Sr. nada fez para que essa compreensão seja aceita, é que a igreja está cada um de nós. Nós somos a nossa própria igreja e não precisamos de intermediários para falar com o nosso Deus. Quando o povo for esclarecido terá uma melhor compreensão da situação que vivencia e não mais se deixará enganar por falsos profetas, curandeiros de araque, milagreiros de falsete, sempre cultivando a sua crença, a sua fé em que os ignorantes da realidade lhes trarão mais dinheiro fácil!

 

08 MARÇO 2021

UM PEDIDO EM FORMA DE HOMENAGEM.

Queridas mulheres, em vós está o poder. Só vós podeis, de um só voto, mudar a triste realidade que se abate sobre todos e todas nós. 

Hoje é o dia dedicado a vocês e à vossa luta por um mundo melhor. Nós homens de verdade temos obrigação de fazer coro com vosso grito transformador, por isso vos rogo: enfrentemos essa guerra que um acéfalo nos declarou abertamente e busquemos a vitória que será para todos a liberdade.

UM FELIZ DIA REPLETO DO MELHOR QUE DESEJARDES. 

 

27  VIVEREMOS UMA NOVA ERA?

Já há muito tempo venho alertando para aquilo a que resolvi chamar de novo tempo, mas que outras pessoas chamam de Nova Era.

O fator transformador está se manifestando e (talvez) sem querer ajudando nessa mudança que se anuncia. Essa pandemia/endemia parece, a quem usar lentes apropriadas, que foi inventada para justificar as transformações que já está sendo implantada há pelo menos um ano, segundo alguns cientistas.

Fico feliz de ter vivido a idade de ouro das ultimas gerações, fico triste por não ter a clara noção do que vão vivenciar as próximas, nas quais estão inseridos aqueles que nos são caros, para alguns os filhos, para outros (como é o meu caso) os filhos e os netos. Para mim e para quem está na minha idade, essa transformação a quem alguém desconhecido está chamando de Revolução, já não me afetará muito, resta-me pouco tempo para me preocupar com os efeitos que ela possa ter sobre mim.

O texto que vos trago me fez refletir um pouco e criar esta pequena introdução. Já anunciei que desconheço a autoria, mas estou pronto a reconhecê-la, assim o/a autor/a se apresente.

Eis o texto:

NOVA  ERA !!
PARA REFLEXÃO :
Quem gosta de refletir sobre os aspectos geopolíticos e geo-estratégicos da ENVOLVENTE, percebe que a revolução, duma nova Era já começou!
 
Dum modo geral as pessoas andam sempre muito distantes, em relação a estes problemas que, afetarão TODOS!
 
Daí que não terão dado conta que há cerca de 9 meses começou a Revolução! Não! Não me refiro a nenhuma figura de estilo, nem escrevo em sentido figurado! Falo mesmo da Revolução "a sério" e em curso, que estamos a viver, mas da qual andamos distraídos (desprevenidos) e não temos dado conta do que e como é que tais mudanças vão em alterar as nossas  maneiras de viver

De fato, devido à COVID-19, há cerca de 6 meses, começaram a dar-se alterações profundas, e de nível, em 10 dos principais fatores que sustentam a sociedade atual. Num processo rápido e radical, que resultará em algo novo, diferente e porventura traumático, com resultados visíveis dentro de 6 a 12 meses, deste ano 2021, que agora começou... e que irão mudar a nossa sociedade e a nossa forma de vida nos próximos 15 ou 25 anos!

Estamos a viver uma transformação radical,  certamente mais profunda do que qualquer uma das crises  passadas! Está a acontecer na nossa rua e à nossa volta, e ainda não percebemos que a Revolução já começou!

Façamos  então um  rápido  balanço  da  mudança,  e  do  que  está  a  acontecer  aos  "10  factores que têm determinado a configuração da sociedade, em que temos vivido":

1º- A  Crise  Financeira  Mundial: desde há 8 meses que o Sistema Financeiro Mundial está à beira do colapso (leia-se "bancarrota") e só se tem aguentado porque os 4 grandes Bancos Centrais mundiais - a FED, o BCE, o Banco do Japão e o Tesouro Britânico - têm injetado (eufemismo que quer dizer: "emprestado virtualmente à taxa zero") montantes astronômicos e inimagináveis no Sistema Bancário Mundial, sem o qual este já teria ruído como um castelo de cartas. Ainda ninguém sabe o que virá, ou como irá acabar esta história!...

2º- A  Crise  do  Petróleo: Desde há 6 meses que o petróleo entrou na espiral de preços. Não há a mínima ideia/teoria de como irá terminar. Duas coisas são porém claras: primeiro, o petróleo jamais voltará aos níveis de 2007 (ou seja, a alta de preço é adquirida e definitiva, devido à visão estratégica da China e da Índia que o compram e amealham!) e começarão rapidamente a fazer sentir-se os efeitos dos custos de energia, de transportes, de serviços. Por exemplo, quem utiliza frequentemente o avião, Vai assistir a uma subida no preço dos bilhetes de... 50% (leu bem: cinquenta por cento). É escusado referir as enormes implicações sociais deste fator: basta lembrar que, por exemplo, toda a indústria de férias e turismo de massas para as classes médias (que, por exemplo, em Portugal, Espanha ou Brasil representa 15% a 20% do PIB) irá virtualmente desaparecer em 12 meses! Acabaram as viagens de avião baratas (...e as férias massivas!), a inflação controlada, etc...

3º- A  Contração  da  Mobilidade: fortemente afetados pelos preços do petróleo, os transportes de mercadorias irão sofrer contração profunda e as trocas físicas comerciais (que sempre implicam transporte) irão sofrer uma fortíssima retração, com as óbvias consequências nas indústrias a montante e na interpenetração econômica mundial.

4º- A  Imigração: a Europa absorveu nos últimos 4 anos cerca de 40 milhões de imigrantes, que buscam melhores condições de vida e formação, num movimento incessante e anacrônico (os imigrantes são precisos para fazer os trabalhos não rentáveis, mas mudam radicalmente a composição social de países-chave como a Alemanha, a Espanha, a Inglaterra ou a Itália). Este movimento irá previsivelmente manter-se nos próximos 5 ou 6 anos! A Europa terá em breve mais de 85 milhões de imigrantes que lutarão pelo poder e melhor estatuto sócio-econômico (até agora, vivemos nós em ascensão e com direitos à custa das matérias-primas e da pobreza deles)!

5º- A  Destruição  da  Classe  Média: quem tem oportunidade de circular um pouco pela Europa apercebe-se que o movimento de destruição das classes médias está de fato a "varrer" o Velho Continente! Em Espanha, na Holanda, na Inglaterra ou mesmo em França os problemas das classes médias são comuns e (descontados alguns matizes e diferente gradação) as pessoas estão endividadas, a perder rendimentos, a perder força social e capacidade de intervenção.

6º- A  Europa  Morreu: embora ainda estejam a projetar o cerimonial do enterro, todos os Euro-Políticos perceberam que a Europa moribunda já não tem projeto, já não tem razão de ser, que já não tem liderança e que já não consegue definir quaisquer objetivos num "caldo" de 27 países com poucos ou nenhuns traços comuns!... Já nenhum Cidadão Europeu acredita na "Europa", nem dela espera coisa importante para a sua vida ou o seu futuro! O "Requiem" pela Europa e dos "seus valores" foi chão que deu uvas.

7º- A  China  ao  assalto! O gigante asiático vai agora "atacar" o coração da Indústria europeia e americana (até aqui foi just a joke...). Foram já apresentados os novos carros chineses. Desenhados por notáveis gabinetes europeus e americanos, Giuggiaro e Pininfarina incluídos, os novos carros chineses são soberbos, réplicas perfeitas de BMWs e de Mercedes (eu já os vi!) e vão chegar à Europa entre os 8.000 e os 19.000 euros! E quando falamos de Indústria Automóvel ou Aeroespacial europeia... helás! Estamos a falar de centenas de milhar de postos de trabalho e do maior motor econômico,  financeiro e tecnológico da nossa sociedade. À beira desta ameaça, a crise do têxtil foi uma brincadeira de crianças! (Os chineses estão estrategicamente em todos os cantos do mundo a escoar todo o tipo de produtos da China, que está a qualificá-los cada vez mais).

8º- A  Crise  do  Edifício  Social: As sociedades ocidentais terminaram com o paradigma da sociedade baseada na célula familiar! As pessoas já não se casam, as famílias tradicionais desfazem-se a um ritmo alucinante, as novas gerações não querem laços de projeto comum, os jovens não querem compromissos, dificultando a criação de um espírito de estratégias e atuação comum...

9º- O  Ressurgir  da  Rússia/Índia: para os menos atentos: a Rússia e a Índia estão a evoluir tecnológica, social e economicamente a uma velocidade estonteante! Com fortes lideranças e ambições estratégicas, em 5 anos ultrapassarão a Alemanha!

10º- A  Revolução  Tecnológica: nos últimos meses o salto dado pela revolução tecnológica (incluindo a biotecnologia, a energia, as comunicações, a nano tecnologia e a integração tecnológica) suplantou tudo o previsto e processou-se a um ritmo 9 vezes superior à média dos últimos 5 anos!

Eis  pois,  a  Revolução!

Tal como numa conta de multiplicar, estes dez fatores estão ligados por um sinal de "vezes" e, no fim, têm um sinal de "igual". Mas o resultado é ainda desconhecido e... imprevisível. Uma coisa é certa: as nossas vidas vão mudar radicalmente nos próximos 12 meses e as mudanças marcar-nos-ão (permanecerão) nos próximos 10 ou 20 anos, forçando-nos a ter carreiras profissionais instáveis, com muito menos promoções e apoios financeiros, a ter estilos de vida mais modestos, recreativos e ecológicos.
 
 
Espera-nos  o  Novo Mundo! Como  em  todas  as  Revoluções!

 

 

26 RESCALDO DAS ELEIÇÕES (1º TURNO) 2020

Como o mais simples dos mortais acredito na necessidade de, ver por outra, mudar as cores das paredes de minha residência; em algumas dependências uso um tom mais claro, noutros tintas mais carregadas e, finalmente aqueles cômodos onde carrego mais nos tons fortes. Não me vejo pintando toda a casa de vermelho ou de branco, com a primeira cor poderia ser levado à loucura, com a segunda à cegueira, disse-me o meu oftalmologista.

 

Um país, uma ampliação a uma escala bastante elevada do nosso lar, mostra exatamente quem habita dentro dele: há os loucos, os míopes, os cegos por completo, os portadores de Alzaimer, a turma senil, os mais jovens e os mais velhos – é aquilo a que se pode verdadeiramente chamar de uma República, As diferenças entre os sujeitos ajudam a balança a permanecer mais ou menos equilibrada quando as relações são de diferentes matizes e os relacionados têm a compreensão de que não pode haver comparações se não existirem diferenças.

 

Uma situação um tanto esquisita de gera quando, em vez de substituir uma cor por outra, talvez até parecida e somente se sá uma nova mão da cor já existente. Numa ocasião dessas  todas as possíveis sujeiras que já se faziam notar sob a primeira mão de tinta, tendem a a vir à tona e rapidamente conspurcar aquele lugar que supostamente acabara de ser pintado.

 

A nossa política, tal como a tinta da nossa casa, precisa mudar com alguma frequência, No entanto, embora as situações não mantenham uma relação direta, também nesta segunda é preciso que haja harmonia e senso de equilíbrio para que não caiamos em extremismos desagradáveis como quando pintamos nossa casa, mas as mudanças são recomendáveis, a menos que algum paranoico, seja o habitante do lugar.

 

Num costume já centenário, as eleições que podem mudar as cores da política são realizadas no último trimestre dos anos a isso destinados, talvez como uma garantia de que ao iniciarmos as próximas Festa de Fim de um Ano e o recomeço de outro Novo, estejamos com uma casa arrumadinha e preparada para suportar os maus tratos que os habitantes da casa costumam infringir-lhe.  

 

A nossa casa estava pintadas de um verde oliva e com manchas amareladas aparentando sujas, algo assim como quem está brincando de pintar com o parceiro. Essa era a cor predominante até ontem, quando era possível ver essas cores deambulantes pelas cidades como se em busca de uma parede para se fixarem. Pelas ruas pouco limpas das cidades – mais uma prova que a desordem está imperando, muito embora em todas as cidades do mundo por datas como a que atravessamos ontem, sempre sejam conspurcadas: algumas logo imediatamente limpas após o momento solene do voto, outras, como a maioria das nossas, assim permanecem até que o clima (vento, chuva, sol) se vão encarregando de levar para os bueiros, que entopem, todo aquele dinheiro do contribuinte que poderia ter uma melhor utilização. Serve, esse lixo, a mudar a cor de algumas paredes, mas tenho que voltar ao começo deste meu texto e dizer que em vez de uma nova harmonia, traz com imensa frequência a desordem entre os ocupantes dos espaços e aqueles que são diretamente responsáveis pela sujeira implantada. De benefício para o povo, normalmente só ao se aproximar o final de um período administrativo, os políticos, parecem que tiram aquelas palas dos burros e conseguem lhe enxergar, mesmo você estando ali ao lado. É sinal que vai começar novo período de tapinhas nas costas e cada um quer colocar na sua mão um pincel com uma certa cor que você deverá pintar para que ele possa fazer algumas poucas contas poucas de somar votas e muitas de subtrair recursos onde eles estiverem e assim garantirem uma nova boquinha por mais quatro anos ao final dos quais exigem aposentadoria integral que nos, trabalhadores braçais na nossa maioria, paguemos as contas astronômicas que suas aposentadorias gera.

 

Mas eu não vim escrever sobre coisas tão amenas. Houve mortes, sim, de candidatos e até de eleitores, coisa pouco significativo em relação ao previsto ou previsível. Sobre as cores que foram utilizadas não se pode falar de muitas mudanças, o que se pode afirmar é que houve uma misturada de cores das quais sobressaem algumas lições.  Vamos neste primeiro momento, quase podemos dizer a quente e sem muitos resultados já confirmados, trazer a nossa observação dos fatos.

 

O primeiro e para mim o mais retumbante de todos é que a esquerda tomou uma retumbante derrota. Nem o envolvimento do Lula conseguiu alavancar candidaturas que em outros momentos foram potentes e geradoras de grande lutas ideológicas. Curiosamente, nesta luta entre partidos, foi possível notar um fato assas estranho pela velocidade com que a reversão de situação aconteceu: Manuela D’Ávila (PCdoB), sempre na frente com ampla vantagem (pelo menos uma tranquilizadora  vantagem) chegou ao final da contagem sendo conduzida a um segundo turno, em desvantagem, obrigando-a a partir para a “luta em campo aberto” tendo como forças contrárias os extremistas e boa parte do centro moderados.

 

Boulos (PSOL – considerado de extrema esquerda) está em franca ascensão no campo da política e arrancou quase a fórceps o direito de disputar em S. Paulo  o segundo turno contra o atual (im)perfeito).

 

Um outro derrotado neste pleito foi o Ex.mo Sr. Presidente Jair (saindo) Bolsonaro que mais parecia o pé frio Mike Jagguer, pois todos os que apoiou ou perderam ou estão com fracas chances de eleição. Uma estranha sensação que fica (vale lembrar que estamos falando apenas dos resultados do primeiro turno) é a abstenção. Se tomarmos como exemplo a eleição de 2008 tivemos um aumento de 23% na casa dos brancos e nulos, aos quais, somando-se a abstenção se atinge um percentual de 30% dos eleitores. Uma justificativa plausível, porém questionável, indica a pandemia como motivo para o eleitor ficar em casa em dia de eleição, mas... em dias normais as praias estão cheias, os bares abarrotados, as festa com mais de 30 mil pessoas são realizadas e para isso não há pandemia que coloque um freio.

 

Uma lição que nossos políticos podem começar a estudar e aprender bem direitinho é que o povo agradece a lição de sem vergonhice que muitos deram e continuam a dar, pois isso lhes abriu um pouquinho os olhos. Não considero ainda o aprendizado suficiente para enfrentarmos as próximas presenciais, lá em 22, mas de uma coisa tenho certeza, a reeleição do “coiso” está a km de distância. È bem mais possível que tenhamos uma “queda” para o lado da teocracia fascista que para o lado do neofascismo.

 

Nunca fui comentarista político, por isso não devem dar muita crença ao que digo, pois só relato o que vejo, escuto e leio, mas nada sem outras buscas por confirmação. Digamos que é, um pouco mais, a minha intuição em funcionamento que uma ciência sendo desenvolvida. Mas uma certeza eu tenho e afirmo: o povo mudou, não o suficiente, mas mudou e isso é bom. Que assim continue!

 

25 QUE HUMANIDADE É ESTA?

 

O povo é o protagonista de um processo que lhe incute dois sentimentos controversos: valorizar-se através das lutas sociais de classes travadas contra o capital e, em segundo lugar, desvalorizar-se ao vender barata a sua mão de obra a esse mesmo capital que não redistribui o lucro auferido de uma atividade produtora de uma forma mais justa.

As duas forças em oposição duela permanentemente, porém e em benefício da humanidade precisariam ombrear-se para se obterem melhores resultados finais. Abramos no mente para uma explicação simplória, bem ao meu modo popularesco de escrever e até falar, principalmente quando não sei exatamente qual é a população que vai ler minhas palavras, pois tenho a certeza que do menos ao mais intelectual vai compreender o que eu quero dizer, já ao contrário se usar de um linguajar muito academicista, a maioria da população vai se questionar sobre o que pretendo dizer. Sendo assim, vamos no popular, mesmo.

Muitas das vezes uso uma linguagem metafórica, mas nem sempre resulta, o que me leva então a tentar criar situações hipotéticas capazes de esclarecer uma ideia. Por agora, de início e até me contrapondo parcialmente ao meu clássico preferido para discutir política econômica e social – Karl Marx – vou utilizar a figura dos dois jumentos amarados uma ao outro e havendo de cada lado deles um molho de feno, a uma certa distância. Conhecem a história, não é verdade? É bem velhinha e muitas vezes utilizada, pois serei mais um “a tirar leite dessa pedra”! Se cada jumento puxar para o seu lado na tentativa de atingir seu molho de feno, vão ficar que nem as crianças brincando de “cabo de guerra” – hora vais mais para um lado, hora vai mais para o outro – e nisso passam um bom tempo gastando energias inúteis. No caso dos nossos animaizinhos, já às crianças serve de excelente atividade física. Depois de muito tentarem, sem que nisso tenham pensado, considerando que convencionou que o animal não pensa, resolvem ir os dois na direção de um dos montes de feno, comem-no e depois se dirigem ao segundo dando-lhe o mesmo fim.

Compreendo a atividade produtora como sendo o monte de feno que capitalistas e proletários querem para si. Notem a pequena diferença, no exemplo dos jumentos eram dois montes de feno, aqui é apenas um, ao qual resolvemos dar um nome mais adequado aos humanos: lucro. Para produzir esse lucro são necessárias duas forçs às quais chamaremos de capital produtivo e mão de obra produtiva. Como numa equação eliminemos os fatores semelhantes (produtivo/a) ficaremos apenas com duas forças que, independentes não conseguem chegar “ao seu monte de feno”. O capital sem mão de obra não produz, assim como a mão de obra sem o capital também nada produz.

Há alternativas e condicionantes que podem nos ajudar ou nos obrigar a ceder um pouco da nossa posição de decisão: de um lado a fome, do outro lado uma abastança que pode findar em breve. Induzidos por ideologias díspares, cada um quer impor a sua vontade, pressionado pela necessidade que sente. Num primeiro momento, o capital impõe a sua ditadura, pois é ele quem detém os meios de produção e o proletário é obrigado a aceitar condições que não satisfazem sua vontade. Marx e todos os seus seguidores pleiteiam por uma ditadura do proletariado. Se resumirmos ao menos denominador comum teremos uma revolução de empregados contra patrões que dificilmente terá um desfecho feliz para todos, entre vivos e escapados, mesmo se feridos. A chamada eterna luta da “esquerda” – nunca entendi porque não poderia ser o inverso – mas mantenhamos as nomenclaturas. E, neste ponto, os seres humanos ditos superiores e capazes de idealizar suas atitudes e ações. Tornam-se mais animalescos que os jumentos, ao tentarem puxar cada uma para seu lado ao mesmo tempo. O resultado não é tão equilibrado quanto entre os jumentos que têm forças físicas semelhantes, no nosso caso o capital leva a melhor por ter mais recursos e gordura para queimar até mesmo na fogueira da vaidade. O proletário tem talvez uma riqueza mais humana – mais filhos, mais necessidades e menos resistência ao longo do tempo que se por acaso se estende muito, breve obriga o proletário a ceder no cabo de guerra, pois lhe faltarão as forças necessárias para manter o equilíbrio das ações opostas.

A História é rica em exemplos de revoluções ditas trabalhistas que deram com os burros n’água, tendo boa parte conseguido arrancar do capital alguma lasca do muito que tem. É viável continuar com os enfrentamentos? No meu modo de pensar divido-me em duas vertentes opostas, logo contraditórias: sim e não. Explico: Sim, pois no atual sistema de gerenciamento da economia mundial nenhum capitalista te vai dar um grão de milho, ou feijão, se não trabalhares até à exaustão para que ele lucre cada vez mais. É fato, necessitamos ir à luta para conseguirmos dois grãos em vez de um único. Não, existem outras formas de dialogar sem o emprego da violência explícita que na maioria das vezes se é obrigado a travar e sofrer. Para isso, contudo é necessário construir uma outra consciência de ser humano e de classe social. O primeiro conceito que seria necessário explodir seria aquele de ganância. Ninguém necessita de mais que o relativamente suficiente para sobreviver. Não precisa impor limites, bastando que se desenvolva uma consciência do que é e do que não é correto. Deixo um exemplo: poucos têm tanto que apenas com os restos que se estragam daria para matar a fome no mundo. Para que esse exagero? Simplesmente para deixarem aqui nesta terras que há de comer, uma briga de foice no escura para dividirem as fortunas que aqui deixam, pois nada trouxeram e nada levarão.

Práticas políticas de divisão mais equitativa de renda têm provado que a harmonia entre os povos tende a melhorar 100% e a riqueza geral a aumentas de forma sustentada e em patamares que agradam a todos. Essa política só se consegue com uma população educada e um empresariado consciente de que não precisa de tanto, de tudo que produz e que é possível dividir um pouco mais com quem produz sua riqueza. Essa riqueza extra que passará a ser acrescida ao pouco que o proletariado recebe, volta em forma de consumo e de impostos exigindo mais produtividade, logo mais riqueza, e automaticamente maior divisão. O processo é simples de entender e de colocar em prática. Basta querer.

O processo atual é desumano, gerador de revoltas desnecessárias que tendem ao agravamento, podendo chegar à desobediência civil, ao final do Estado de Direito e implantação de um sistema ditatorial que só trará desgosto, privações de liberdades e mortes desnecessárias. Tudo isso pelo simples fato de um não respeitar os direitos do seu semelhante. Quero bater bem nesta palavra “semelhante” que no caso não quer dizer igual, na medida em que cada um de nós tem seu livre arbítrio, sua própria vontade e desejos que não podem ir além dos limites impostos, principalmente, pelos atributos do seu próximo. Infelizmente o que temos percebido é vontade de impor a vontade de poucos a todos os outros e quando não há aceitação dessa imposição o resultado apresenta-se, em 99% dos casos, de forma trágica. Exemplifico: é o homem que se julga superior à mulher e a escraviza até ao momento em que ela se rebela e paga com a própria vida a sua rebelião. É o seguidor de uma qualquer religião que resolve “converter” seu vizinho que não comunga da mesma forma de pensar, vem a discussão que resulta, na maioria das vezes em morte ou agressões físicas de elevado grau de risco à vida humana. E por aí vamos!

Hoje, talvez mais uma teoria da conspiração, sabe-se da vontade de um ínfimo grupo de multibilionários, de gerar processos de transmissão de vírus mortais para obterem lucros dupla ou triplamente elevados, ao mesmo tempo em que se afirma que há uma vontade expressa de eliminar 30% da população mundial. Não é bem este o meu tipo de diálogo a estabelecer. As ciências, entre elas as sociais, podem contribuir para resolver essa suposta superpopulação do mundo através de um remédio simples e de fácil aplicação – a educação – que fará as pessoas compreenderem os limites de sua ação sobre e no meio ambiente em que coexistem. Na realidade, não somos tantos assim, estamos é mal distribuídos sobre um planeta sofredor de agressões que impelem o ser humano a procurar regiões mais propícias à sua sobrevivência. Não podemos esquecer, justamente a aglomeração de seres humanos em torno dos centros produtores de capital. Onde houver uma possibilidade em milhões de arrumar uma corrente para amarrar o pé, ali estará o homem pronta à subjugação que lhe impõem em troca de um mínimo de condições de continuar produzindo até ter perdido a última gota de sangue. Isso não é humanismo.

A humanidade está morrendo e dentro dela os próprios capitalistas que se julgam imortais, e a população mundial, de um modo geral, não consegue enxergar além da ponta da própria venta. Observemos atentamente: é a fome atacando cada vez com maior virulência, é o fogo dizimando os biomas que ainda vão sustentando o equilíbrio da vida na terra e i homem, ser humano, indolentemente olhando a coisa acontecer e não reage como se nada daquilo lhe dissesse respeito, é a covid 19 – implantada para o lucro das farmacêuticas e seus conchavados – e a população na praça dando milho transgênico aos pombos.

Para finalizar por hoje só quero deixar uma questão no ar que gostaria de ver respondida: - Que direito tem um reles ser humano de dizer que a água potável precisa ser privatizada, pois não são todos que têm direito ao seu usufruto? Esse animal não pode ser chamado de ser humano e sim de monstro a ser abatido o mais rápido possível antes que provoque mais desgraças num planeta já tão conturbado.

 

24 - REFLITA UM POUCO COMIGO

         CANSADO DA PANDEMIA? ORA LEIA
Imagine por um momento que você nasceu em 1900.
Quando você tem 14 anos, a Primeira Guerra Mundial começa e termina quando você tem 18 anos, com um saldo de 22 milhões de mortos.
Logo depois, aparece uma pandemia mundial, a gripe espanhola, matando 50 milhões de pessoas. E você está vivo e tem 20 anos.
Quando você tem 29 anos, sobrevive à crise econômica global que começou com o colapso da Bolsa de Nova York, causando inflação, desemprego e fome.
Quando você tem 33 anos, os nazistas chegam ao poder.
Quando você tem 39 anos, a Segunda Guerra Mundial começa e termina quando você tem 45 anos e um número de mortos estimado em 60 milhões. Desses, 6 milhões de judeus morrem no Holocausto.
Quando você tem 52 anos, a Guerra da Coréia começa.
Quando você tem 64 anos, a Guerra do Vietnã começa e termina quando você tem 75 anos.
eja agora por outro prisma:
Um garoto nascido em 1995 pensa que seus avós não têm ideia de como a vida é difícil, mas eles sobreviveram a várias guerras e catástrofes.
Hoje encontramos todo o conforto em um novo mundo, no meio de uma nova pandemia.
As pessoas reclamam que, por várias semanas, devem ficar confinadas em suas casas, com eletricidade, telefones celulares, alimentos, água quente e um teto seguro sobre a cabeça. Nada disso existia em outros tempos. Mas a humanidade sobreviveu a essas circunstâncias e nunca perdeu a alegria de viver.
Hoje reclamamos porque temos que usar máscaras para entrar nos supermercados.
Uma pequena mudança em nossa perspectiva pode fazer milagres. Vamos agradecer a você e a mim, que estamos vivos, e faremos todo o necessário para proteger e ajudar um ao outro.
Acho que esta mensagem deve chegar a todos e, se você é da mesma opinião, ajude-me a divulgá-la.
Obrigado por existir.
Por favor, certifique-se de compartilhá-lo.
OBS: Este texto, apócrifo, copiei-o de um companheiro de guerra. Por acreditar e ter ciência da sua veracidade trago para que seja divulgado e ajude a levantar a moral de todos os confinados pela pandemia COVID19.

 

23 - UM VAZIO CHEIO DE NADAS

 

Precisamos pensar que um dia a vida vai acabar e não podemos deixar para resolver posteriormente tudo aquilo que não cuidamos enquanto a vivenciamos. Deveríamos esquecer, retirar de nosso pensamento, do nosso dicionário, resumindo, de nossas vidas duas palavrinhas que são a causa de muitos problemas, muito embora também possam ajudar a resolver algumas situações mais ou menos inesperadas, são elas: “depois” e “mais tarde”.

Nesta nossa vida agitada (que estamos repensando – ou pelo menos deveríamos estar repensando – por conta desta pandemia que nos mostra a importância de olharmos um pouco mais por nós, pelos nossos e principalmente pela natureza) devemos dar preferência a palavras tais que “agora”, “hoje” e “imediatamente”. Talvez a solução para muitos problemas esteja nelas.

A título de exemplo, esquecemos que “depois” já perdemos aquele entusiasmo inicial que nos empurrava para qualquer assunto; “depois” arriscamos a chegar sempre tarde a qualquer compromisso que nos poderia, por exemplo, fazer melhorar a nossa situação socioeconómica; “Mais tarde” as crianças já cresceram e nós não nos apercebemos dos problemas que elas vivenciaram e para os quais teriam amado ter a nossa presença, por isso, “depois” seguem seus caminhos magoadas com que as deixou para “mais tarde” em troca a um jogo de futebol; “Depois” o nosso tempo passa e as oportunidades que deixamos para “mais tarde” acabaram indo embora; Por fim, “depois de todos esses desencontros, a vida acaba no momento exato e nós não podemos “deixar para mais tarde ou adiar para depois”.

O tempo é como um rio da forma que alguém já falou um dia: “você não se banha duas vezes no mesmo rio”, pois a correnteza está permanentemente renovando a água. Lembremos que o ontem e amanhã não existem, um já foi, que nem o rio, renovou-se e o outro ainda é uma incógnita, não sabemos como chegará até nós. Resta-nos o agora.

Outras vezes comparo o tempo com a fumaça de um incêndio qualquer, esvai-se no ar esmaece e por fim some de nossa vista. Não podemos simplesmente parar o tempo, impiedosamente ele segue seu ritmo por maior que seja o sofrimento humano, qualquer dia destes (One of These Days) cairemos na tristeza das oportunidades perdidas, “Sorrow”, como diz o Pink Floyd.

Assim, é no agora que você tem fome, ama, pula, odeia, ri, canta, chora... E esse agora que importa naquele exato momento que você vive, por esse motivo a necessidade de saber aproveitar aquilo que mais tarde será passado e estará fora do nosso alcance. Vale muito relembrar um ditado muito antigo que meu pai me ensinou quando eu ainda era criança: “Nunca deixes para amanhã o que podes fazer hoje”.

Quantos mais “hojes” você perder, menos “amanhãs” você encontrará para fazer o deixou de realizar. Seu passado será apenas um vazio cheio de nadas e certamente a história não recordará de sua passagem pela superfície deste planeta do qual precisamos cuidar.

 

22 - ENTRE RETAS E CÍRCULOS

Sinto-me perfeitamente à vontade para lhes trazer hoje, para nos ajudar a refletir neste momento angustiante que o Brasil vivencia, as palavras honestas de alguém que embora tenha representado um partido político menos alinhado com a minha ideologia política, mas que demonstra ter uma boa visão da situação que a dita esquerda vivencia. Falo de Valério Acary, hoje no PSOL e dissidente do defunto PSTU, prof aposentado de história e Marxista.

Eis o seu texto:

Precisamos refletir sobre a relação entre a militância socialista, e outras dimensões da vida, em especial, a religiosidade. A maioria da militância de esquerda é muito apaixonada pela identidade socialista, e isso é bom. Abraçamos a causa mais elevada do tempo que nos coube viver. Somos muito comprometidos com nossa aposta estratégica. Temos obstinação revolucionária. Esse é um ponto forte da esquerda. 

         Mas é, paradoxalmente, nosso ponto fraco. Porque somos, também, em maior ou menor medida, sectários. Somos tão sectários que, frequentemente, não sabemos que somos sectários. Ser sectário é ser estreito, inflexível, rígido, intransigente, ou até mesmo áspero e intratável. Muitos ativistas honestos ficam desgostosos em discutir ideias se percebem uma atitude arrogante. Ninguém gosta de desaforo.

       A luta política se desenvolve na arena da vida pública. A luta política atravessa nossas vidas nos locais de trabalho, de moradia, de estudo, e outros. Ela não se resume à luta pelo poder. Estamos engajados em movimentos sociais, sejam sindicais, estudantis, populares, agrários, de educação, de saúde pública, de mulheres, ambientais, territoriais, LGBT’s, culturais, e outros.

        Mas todos aqueles que militamos estamos inseridos, também, em variados espaços que definem nossas vidas privadas, e até a dimensão pessoal da existência. Os mais importantes são as famílias e os círculos de amizade. Mas há, também, os espaços que remetem às nossas preferências e escolhas.         

        Tem gente que adora demonstrar as virtudes de acordar cedo, dormir tarde, ou de fazer a sesta. Tem muita gente convencida que as dietas são um tema político. Na luta socialista podemos conviver, harmoniosamente, entre não fumantes e fumantes; veganos, vegetarianos e carnívoros; alopatia ou homeopatia; sertanejos, roqueiros e sambistas; cinéfilos ou literatos, românticos ou surrealistas, corintianos, santistas e palmeirenses; sedentários e atléticos, pedestres, ciclistas e motociclistas; etc. 

        Entre todas estas dimensões da vida privada, a mais importante é a da religiosidade ou espiritualidade. Ela ocupa um espaço importante no sistema de valores, apegos, crenças, e esperanças da imensa maioria do povo. 

          No último Censo demográfico, em 2010, aqueles que se autodefiniram sem religião, ou seja, ateus e agnósticos somavam quinze milhões.  Mais de 123 milhões se declararam católicos, mais de 42 milhões como evangélicos, e quase quatro milhões como espíritas. Os dados disponíveis confirmam que estamos entre as populações mais religiosas do mundo. É improvável que as informações do próximo Censo, em 2020, sejam muito diferentes.  

        Ser socialista não é a adesão a uma associação de descrentes e incrédulos. Não somos uma carbonária de ateus e agnósticos. Ser socialista é fazer a defesa de um programa político. Um programa político é um projeto de luta pelo poder do Estado. Defendemos que o Estado esteja separado das Igrejas. Nesse sentido, o programa socialista é republicano, o que quer dizer que a esfera da vida privada deve permanecer protegida da ingerência do Estado. A vida privada, para não falar da vida pessoal, deve ter plena autonomia.

        Não é razoável esperar que todos aqueles que querem se organizar para lutar contra o capitalismo tenham que renunciar à sua fé. Evidentemente, não há nada de errado, tampouco, se um militante se empenhar em defender o ateísmo. Trata-se de luta ideológica. Mas não somos uma sociedade científica. Respeitamos as sociedades científicas. É muito razoável que haja socialistas entusiasmados pela ciência. O que vale para a espiritualidade deve valer, também, para outras crenças. Não são tão poucos os militantes que encontram conforto na astrologia, na leitura de cartas de tarô, na numerologia.  

        A luta pelo ateísmo não deve estar nem no programa, nem nos estatutos de uma organização socialista. Portanto, dentro de organizações socialistas deve ser possível a convivência entre militantes ateus, agnósticos e religiosos. 

        Isso é assim, por variadas razões. A primeira e mais importante é que devemos ter respeito e tolerância uns com os outros, porque temos inimigos muito poderosos e queremos vencer. Todos os lutadores anticapitalistas devem ser bem-vindos. A fé religiosa é uma experiência individual. 

        Isso não significa, evidentemente, que a esquerda não deva fazer luta política contra líderes ou instituições religiosas que defendem o capitalismo. Mas luta política e luta ideológica são diferentes, e obedecem a diferentes regras. A luta política contra Igrejas reacionárias é necessária e legítima. 

        Em segundo lugar, é bom lembrar que o marxismo não é uma teoria sobre tudo. Não é uma doutrina. Marx, ainda muito jovem, portanto, em processo de amadurecimento, quando estava em ruptura com o hegelianismo de esquerda, escreveu uns parágrafos pouco compreendidos sobre o lugar da religião: 

A miséria religiosa é, de um lado, a expressão da miséria real e, de outro, o protesto contra ela. A religião é o soluço da criatura oprimida, o coração de um mundo sem coração, o espírito de uma situação carente de espirito. É o ópio do povo.

         O mais importante desta citação é que foi escrita por um ateu que reconhece a humanização ou consolação que a experiência da fé pode significar. Não é só alienação diante da mortalidade da nossa condição. Devemos aprender a respeitar a subjetividade de todos os lutadores da causa socialista. Não faz sentido torturar militantes com fé religiosa com discussões sobre se Deus existe ou não.   

Pessoalmente concordo com esta posição dele. A esquerda enquanto esteve no poder não soube trabalhar a base e hoje ressente-se do golpe que contra nós desferiram aqueles que justamente estavam no aguardo de uma vacilada para tomarem o comando da nação e imporem aqui um sistema político que atende a uma minoria que um dia sonhou com o poder e este lhe caiu nos braços para desgraça de quem não soube fazer a cama para nela se deitar.

A esquerda precisa reagir unida e como nos diz Vacary, sem olhar para mais nenhum lugar: seja ele político, religioso, sexual, racial ou de gênero. Só a união nos dará a força para a retomada do comando deste país que deve ter seu lugar ao sol entre os grandes que comandam os movimentos mundiais.

 

21 - RESTA-NOS UMA SOLUÇÃO?

Aprendi, quando garoto, pelas palavras de meu velho e saudoso pai que, “buraco de onde só se tira e não se volta a colocar, tende a afundar”. Não sou economista e nem sou tão entendido nessa questão de governanças, receitas e despesas, mas uma pergunta me fica: Sabendo através da Revista Exame de 09 de setembro deste 2019 que as projeções mais otimistas (?) apontam para uma queda de 0,29% na produção nacional – fato que está por demais visível no número de desempregados, nas portas encerradas nas cidades de locais onde antes havia comércio, trabalho e dinheiro corrente, percebendo a gastança desenfreada na busca de uma melhoria de uma imagem que de tão arranhada não há dinheiro ou medico esteticista que consiga recompor, sabendo que já estão avançando (na mão grande) sobre as reservas deixadas por governos passados... questiono:

1 – Qual será, afinal, o futuro do brasil (assim pequenininho mesmo)?

2 – O que pessoas sensatas podem esperar para amanhã vendo um céu tão tenebroso como este que hoje paira sobre nossas cabeças?

3 – Onde encontrar forças e justificativa para encorajar nossos jovens a lutarem por um mundo melhor, quando o cotidiano só os puxa para baixo?

4 – que aguardar para os últimos anos de nossas vidas – tempos que deveriam ser a recompensa do labor desenvolvido n idade produtiva?

5 – Onde encontrar uma palavra de esperança para a mãe (ou pai) que por alguma infelicidade perde seu companheiro e tem filhos menores para criar?

6 – Que incentivo dar ao professor que sabe que vai para escola com a possibilidade muito grande de ser agredido ou até morto, já que cada “cidadão de bem” pode ser portador de uma arma de fogo (ou outra)?

7 – Como exigir que a polícia vá para a rua enfrentar bandidos armados com as armas mais modernas e eles, policiais, pouco mais têm que uma baladeira?

8 – Como impedir que os poucos cientistas, que ainda vão resistindo com as migalhas que este desgoverno lhe oferece, não procurem outros países onde possam desenvolver suas pesquisas e saberes?

9 – Como evitar a convulsão popular?

10 – Será possível evitar uma guerra civil até que que se derrube este poder que aí está e que é mais despótico que aquele do velho e surrado Marquês de Pombal?

Sou sincero em afirmar que só vejo sombras à minha frente, Sei que a minha visão já não é tão eficiente como quando era jovem, mas mesmo assim, entre sombras e penumbras o que percebo não me anima e não me anima, principalmente por ver um povo encurralado feito gado manso, no qual não vejo (este meu problema de visão é terrível) a menor intenção de arrebentar a cerca e estourar a manada. Desculpem a comparação, jamais ousaria chamar alguém de gado se eu não estivesse de permeio da multidão.

Por fim, e isso é o que mais machuca meu coração: como vencer a fome?

Mas eu tenho uma proposta: estamos fadados a morrer à míngua, pois o capitalista não dignará jogar-nos os ossos do faisão que acaba de degustar, nesse sentido, resta-nos PARAR TODA E QUALQUER PRODUÇÃO que não seja para consumo próprio. O capitalista sentira a falta do alimento na sua mesa e passará a comer o dinheiro que nos roubou. Não durará mais que poucos dias tal a quantidade de veneno contido nessa praga chamada dinheiro. Depois, quem sabe, eles voltem a chamar o trabalhador para conversar. Mas para que isso aconteça é preciso uma coesão muito grande entre os menores, os escravizados, mas não esqueçamos jamais o exemplo que nos deixou Zumbi do palmares. Quando se quer, se pode.

Referência dos dados estatísticos: https://exame.abril.com.br/economia/projecoes-para-producao-industrial-desabam-no-governo-bolsonaro/

 

20 - Lixo valoroso, mas perigoso

Eu e a minha mania de ficar no que já está quieto me provoca o desenvolvimento do conhecimento e o respeito a algumas leis elementares da vida. Isto normalmente acontece quando a “coisa” já está velha, fria no depósito de coisas velhas ou lixo na maioria das vezes. Normalmente, também as ideias que absorvo desse contato são obsoletas, mas que infelizmente só nos apercebemos disso quando, às vezes, já é bastante tarde.

Numa revista “A Rede”, datada de 2010 (fui longe, não quase dez anos!) percebo assim meio sem querer a seguinte manchete:

“Até o final do ano de 2007, (há pelo menos, 12 anos)  havia 200 Milhões de computadores obsoletos em todo mundo” (o destaque é meu).

Imediatamente a seguir a revista nos traz uma relação dos principais metais que estão sendo jogados no solo, quantas vezes em regiões menos apropriadas danosos à nossa saúde. Entre eles temos: Ferro, Cobre, Fibras e plásticos, Alumínio, papel e embalagens, Zinco, resíduos não recicláveis, Chumbo, Ouro, Prata e Platina. Cada produto apresenta a sua porcentagem/peso e por aí podemos perceber a influência que cada produto vai poder produzir no nosso corpo, uma vez ingerido através da ingestão alimentar que absorve do solo esses materiais. Só tenho uma palavra a dizer: ASSUSTADOR!

Veja alguns exemplos do mal que alguns deles escolhido um tanto ao azar, podem nos causar:

- Chumbo:  causa danos no sistema nervoso e sanguíneo (é usado em PC’s e celulares.

- Arsênico: causa doenças da pele, prejudica o sistema nervoso e pode causar câncer no pulmão (é usado na fabricação de celulares).

-  Mercúrio: causa danos cerebrais e ao fígado (é usado em computadores, monitores e TV de tela plana).

Estes são apenas alguns exemplos que e revista nos apresenta na sua página 13. Mas a preocupação maior fica por conta do processo de “caça” (pois ninguém, ou poucas pessoas colocam seus velhos equipamentos em locais apropriados para a coleta da reciclagem) feita pelos catadores de lixo que desmontam eles mesmos os equipamentos que encontram, correndo risco de contato direto com os produtos malignos. Na página 15, por exemplo nos dá (através de foto) uma visão séria do problema e anuncia que o governo vai tomar providência. 

A revista faz seu trabalho de alerta de conscientização, mas o D’us Mercado não quer saber a mínima sobre o assunto, a prova vem na página 16 quando nos é anunciado quase festivamente que “Nos Estados unidos, o tempo de vida de um computador passou de 4 ou 5 anos, em 1992, para dois (02) anos em 2006”. Fala-se em mudar culturas de consumo da sociedade – a meu entender uma cortina de fumaça para a falta de iniciativas governamentais a respeito dos prejuízos causados à Humanidade, pelo uso indiscriminado e cada dia mais acelerado desses produtos que lhe são prejudiciais, sem levar em conta, também, os riscos da extração e manuseio.

Uma das propostas apresentadas é, sempre ao meu ver, “uma gracinha”, pois a situação só vai mudar quando eu (consumidor) exigir que o vendedor do novo equipamento receba o velho, mas não se dá obrigação ao vendedor de dar destinação adequada ao lixo eletrônico. O fundo dos nossos oceanos deve estar lotado de coisas desse tipo e quem vai sofrer, sem saber? Claro, você acertou: a população de uma forma geral, mas eles “não estão nem aí desde que o D’us capital esteja rolando em sua conta em algum paraíso fiscal.

A falta de civismo e consciência ecológica pouco trabalhada nos conduz a um fim. Triste fim de aumento de doenças degenerativas, cada dia mais mortais. Ou aprendemos (para valer!) ou o nosso estágio como humanos será cada sai mais curto.

Abraço vocês e rogo pelo nosso planeta!

 

Ref. Bibl.: Revista A Rede, Junho de 2010.

 

19 A indústria da enganação

Tenho a impressão que a minha ficha caiu no lugar errado. Estou sendo levado por ela a acreditar apenas em mim e naquilo meus olhos veem e assim mesmo ainda fico na dúvida se meus olhos não estão entrando no jogo alto de interesses que se desenvolve neste momento no mundo inteiro em que a mentira, total ou parcial, vale mais que a verdade.

Quem quer que tenha sido o inventor da indústria das Fakes News da estar milionário e gozando com a cara dos bestas mais incrédulos. Sinceramente, estou chegando a um ponto em que nem mesmo as minhas palavras me soam verdade, parece que um ser desconhecido que transita livremente entre nós as distorce antes que eles cheguem aos nossos próprios ouvidos e quando chegam é a vez de você se questionar: “eu disse isso”?

Sugiro a quem estiver rindo desta minhas tronchas palavras para fazer uso da parafernália que deve ter ao seu dispor, aí mesmo na sua mão, ou sobre a mesa. Ou no bolso da camisa por uma informação concreta. Qualquer que ela seja e que tenha sido anunciada por alguma “agência de notícias”. Depois de confirmar essa boa ou má notícia, busque em outras “agências” alguma notícia sobre exatamente o mesmo assunto. Você se decepcionará, certamente. Se a agência A diz sim, com certeza a agência B dirá que talvez, a agência C dirá que que não há confirmação; a agência D dirá que é falsa a notícia divulgada sobre o assunto e você, no meio dessa guerra de interesses particulares dos donos da imprensa mundial vai ficando meio pirado sem saber em quem acreditar.

Estamos imersos numa guerra midiática que pode trazer dois tipos de resultados, num instante: O primeiro já está acontecendo: estamos sendo prisioneiros das garras da mídia, manobrados de todo jeito e malgrado o seu apurado senso crítico, você se sente realmente aprisionado nessa teia quase invisível, mas de uma resistência ímpar. O segundo pode ser ainda mais catastrófico, pois  os conflitos que se geram através das Fake News, podem fazer os loucos que elas elegeram para presidirem as grandes potências e até mesmo as menores declarem uma guerra que depois de cair nas malhas da mídia se transformará no famoso “Fim do Mundo”.

O excesso de informação a que estamos submetidos pode  gerar essa guerra. Nos meus tempos dos anos 50/60, se acontecesse uma catástrofe em qualquer lugar, creio que localmente se saberia no mesmo instante e só depois, mas muito tempo depois alguém teria a infeliz ideia de lembrar que no ano tal em determinado lugar aconteceu “isto” ou “aquilo”. Hoje sabe de tudo ao vivo, no imediatismo e insanas mentes veem na desgraça alheia uma maneira de faturar. Não tenho medo de afirmar que algumas “novidades” são “encomendadas” para elevar o ibope desta ou daquela emissora de TV, esta ou aquela estação de rádio, este ou aquele jornal. Os famosos “furos” e para isso não medem distâncias nem analisam obstáculos, vão com tudo, pois o que interessa é faturar.

Creio mais ainda que vivemos tempos em que a indústria do alarmismo é o negócio mais rentável. Trago apena a lembrança do nosso “presidente” que, a pretexto de acabar com a violência (o alarmismo está aí) propõe vender mais armas. Não precisa ser expert no assunto, basta que com a possibilidade que temos hoje você verifique o que aconteceu com ações na Bolsa de Valores dos fabricantes de armas: suas ações dispararam a subir que não sabemos quando vão parar. Veja outro exemplo do alarmismo, do mesmo personagem: “A previdência está quebrada” - a solução: arrochar os pobres que terão que pagar planos particulares se quiserem ter um mínimo de condições de se tratar na velhice. Faça a seguinte pesquisa: quantos Planos de Saúde foram criados depois que o inominável assumiu e quebrou ficticiamente algo que está provado era superavitário.

Mudando de personagem, mas mantendo o tema. Ontem cheguei em casa e recebo de minha esposa a seguinte notícia: “Shummy, acabou de morrer”. Fiquei meio intrigado, pois dois dias antes tinha lido notícia de Jean Todt, seu antigo treinador que dizia que tinha assistido a corrida de F1 com o heptacampeão, na residência em que ele vem sendo cuidado e que estava dando mostras de progresso na recuperação de algum sinais vitais. Procurei, nas notícias, dos jornais do mundo inteiro Le monde, Le Parisien, Correo de la Sierra, El País, Globo, Uol.... e nada de notícias sobre o assunto. Fiquei me questionando: Quem tem a lucrar com a divulgação de tal notícia por um jornaleco de província chamado “O São Gonçalo”. Vejam a manchete que eles colocam na internet e me digam o que fazer: https://www.osaogoncalo.com.br/seguranca-publica/62790/confirmada-a-morte-de-schumaker-apos-exame-de-dna

A questão do DNA foi o que colocou a pulga atrás da orelha. Seria necessário fazer esse tipo de exame na pessoa que há quase 6 anos vem lutando contra a morte e por uma vida com um mínimo de condições? Quantas pessoas não acreditaram na falsa notícia, ou melhor, na notícia tendenciosa “fabricada” para lucrar alguma coisa?

O mundo virou uma brincadeira e para não ficar louco vou entrar nela de cabeça:

“Amigos, este bilhete é verdade”!

 

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18 - Liberdade econômica

Sob a capa do “bom moço” – o neoliberalismo – querem esconder mais uma plêiade de maldades e astúcias para prejudicar o trabalhador, principalmente aquele menos qualificado para qualquer profissão definida, uma verdadeira loteria para que compra e paga um serviço que não tem um mínimo de garantia, pois se mal executado ou lhe causar qualquer prejuízo, será o pobre do trabalhador o único responsável por tal dano, além de você mesmo, é claro, que o contratou.

Na Europa onde vivi parte significativa da minha vida, recordo de ter passado por momentos parecidos. Digo parecidos porque jamais, em tempo algum, poderemos querer comparar realidades tão distintas como são França e Brasil, por exemplo. Digo parecidos porque eu recordo do tempo do trabalho precarizado – havia na região diversas empresas que contratavam serviços para os quais captavam mão de obra não especializada para realizar esses serviços, paga a preço, de um pão com mortadela, como dizem anti petistas, e algumas moedas no final de cada semana. Era o trabalho terceirizado, o sub emprego com as quais os empresários tinham seu serviço realizado por um custo inferior àquele gerado pela contratação de trabalhadores e a empresa que repassava para os trabalhadores apenas aquilo que elas julgavam ser o suficiente e guardarem para si uma parte elevada da contratação transformada em lucro sem trabalho.

O que vai acontecer agora no Brasil? Nossos “dignos” representantes, deputados e senadores, defendem que com a “liberdade econômica” o trabalhador vai poder criar seu próprio posto de trabalho.  Precisamos analisar primeiramente as condições que já lhe foram negadas e que empobrecera uma grande quantidade de milhares de brasileiros e atirou, claramente, para a sarjeta uma quantidade semelhante, quando destruíram a CLT. São, portanto, estas as condições que o povo brasileiro vai ter para “criar seu próprio emprego” e sustentar sua família. Teremos, sim, muito mais desemprego e o surgimento sempre tardio – o capitalismo brasileiro sempre andou amarrado no rabo do jumento – das famosas firmas prestadoras de serviços temporários, geridas por ricaços que vão ficar cada dia mais aloprados na ganância.

O Brasil parece estar fadado a sumir do mapa. O brasil está fadado a virar talvez um território multinacional onde as pessoas de outros países vêm em busca de sol, mar, mulheres homens e tudo mais que os possa satisfazer a troco de espelhinhos, de um celular velho que já quase não funciona, uma bermuda que por acaso já não consigo abotoar por ter engordado uns quilinhos, enfim, se conseguir manter esse status, breve poderá atingir aquele de colônia. É triste!

Ter que reconhecer que uma das maiores potências do mundo (que poderia ser) poderá em breve virar puteiro do mundo e fornecedor de matérias primas para o sucesso e o avanço dos outros me dá uma angústia que só não é maior, pois a minha parte do contrato eu já a cumpri. A minha idade não me permite mais aventuras. Deveria ter agora a paz e a tranquilidade que tanto lutei para conseguir, mas que, infelizmente, ainda não tenho garantida. Felizmente a perspectiva de vida está chegando ao fim, é quase como a garantia de um carro novo (durante a garantia nada acontece, no dia seguinte ao término da garantia, ou o motor bate, ou a biela empena, ou os pistons quebram os segmentos, a roda cai, o freio falha... até que chega o dia que você diz: meu caro, a sucata ainda me vai cobrar para que eu te coloque lá). Já apresento alguns sintomas de falência de sistemas, a visão está ficando fraca, a audição ficando curta, os amortecedores rangendo por todos os cantos...

Mas vai lá trabalhador brasileiro, aprende de uma vez por todas que não será fazendo arminha com as mãos que vais te dar bem. Aprende trabalhador brasileiro, que o capital não te dá nada com a mão esquerda que não tome de volta (pedindo altos juros) com a direita. Vai lá trabalhador brasileiro e aprende que se não for através da luta, uma luta feroz, aliás, não conseguirás sobreviver  sem travares uma luta feroz, renhida com os donos dos meios de produção. Creio que hoje, mais que nunca  aquele já surrado postulado se aplica: “Trabalhadores do mundo, uni-vos”!

FOTO: Trabalhadores retirada da NET

 

17 - SOMOS UM MITO?

Aflijo-me a cada novo ataque e questiono quando o primeiro baluarte vai cair por terra, pois acredito que só quando o primeiro deles tombar, vítima da ação deste povo até agora inerte, os senhores feudais entenderão que a plebe se revoltou e vai querer comer-lhes os fígados.

Depois de 519 anos o Brasil voltou a ter um rei (da besteira e sem coroa) e um vassalo que se pensa Deus (tudo pode e só se cumpre o que ele ordena). Voltamos no tempo em que a polícia fugia dos ladrões, ao bom modo da máfia siciliana de Dom Corleone quando afirmava: “Se tem uma coisa que a história nos ensina, é que se pode matar qualquer um” – acabaram com ele, a história se cumpriu, lá. Aqui ainda estamos em busca de saber de que lado nasce o sol para não deixar nem a sombra.

Eu vou descobrir, sou louco e esperto ao mesmo tempo para tentar essa proeza, quem foi o idiota que elegeu o Brasil como o Hospício Geral do Mundo. A Damares, mulher respeitabilíssima por sua posição de pastora, diz que suas ovelhas “(...) se perdem porque não usam calcinhas”.  O rei do balão mágico, diz que não há necessidade de frequentar autoescola para poder dirigir e vai mais longe: “Para que fazer exame”? Se até hoje já se morria mais no Brasil, por ano, que em toda a guerra do Vietnã, imagina depois dessas “debilerações”. Vão morrer brasileiros/as como morrem as abelhas agredidas pelos agrotóxicos que aquele outro histrião liberou sem responsabilidade alguma.

O bailarino na chuva insiste nas escolas cívico-militares “(...) com a presença de militares da reserva das Forças Armadas. Eles atuarão como monitores para auxiliar na gestão educacional. A organização didático-pedagógica, assim como financeira, fica por conta dos civis”. Não se assustem se ao passarem perto de uma escola ouvirem a voz de comando: “Atenção! Ombro, armas”! Além disso, e aí está busílis da coisa, o bailarino vai querer que as escolas virem particulares e funcionem por vauchers. A sua intenção é ótima.... para os capitalistas! O povo vai ter uma caneta tipo cabo de enxada e uma borracha do tipo talocha. A minha perspectiva é que em menos de trinta anos estejamos fazendo uma nova versão do filme histórico “A guerra do fogo”. Pessoalmente já escolhi o meu esconderijo nas montanhas. 

A pilantragem “está comendo de esmola”, diz o ditado, mas eu me oponho frontalmente a esse ditado e digo que a malandragem, por enquanto está comendo num banquete, de esmola passarão a viver se o povo abrir os olhinhos (não somos nem japoneses – com todo o respeito aos nipónicos) e aí sim, vão comer de marmita lá na Papuda que é onde merecem estar. 

O Brasil se perdeu, não foi o Pedro, aquele que disseram que descobriu este manicômio, por se ter perdido da rota das Índias. A minha inquietação é com a demora que os homens de boa vontade e dignos das calças que vestem demorarem tanto tempo para achar uma coisa tão grande, afinal são mais de duzentos milhões de seres humanos que por aqui vivem, embora muitos merecessem cair ao mar e não voltar. Além desses, quem sabe, alguns aproveitem para sacar os R$500,00 do FGTS e se mandem para a a Groelândia!

Finalmente, só consigo ver o Brasil como o mito de Sísifo que o Albert Camus tão bem descreve.

 

16 - NÃO VOU LEVAR MEU GADO

Hoje eu queria escrever alguma coisa, sinto necessidade disso, mas a inspiração anda um tanto preguiçosa e não quer colaborar. Faço esforços, mas... não sai nada! Vou olhar a rua, o firmamento, sentir o clima frio que agora faz na região onde resido. Frio? Bem é uma força muito grande de expressão, pelo menos para mim que sou originário lá das geleiras europeias, mas como o uso do cachimbo faz a boca torta, acabo entrando na onda que 26 graus é um clima frio, nesta parte do planeta.

Acabo não estranhando esse classificação, pois vivo na terra de uns que tudo fazem, inclusive incomodar bastante os seus próprios conterrâneos para beneficiar quase que exclusivamente os habitantes de outras regiões. Segundo um companheiro de labuta que se diz habitante do sopedâneo, nossa terra é mais deles que nossa. Durante este período do ano viramos reféns de nós mesmos por conta da presença estranha de quem tem e quem pode sustentar a ganância alheia.

É tempo de festa! Viva! Mas quem vai à festa?! Vou confessar meu crime, eu que sou um alienígena nestas terras e poderia muito bem ser recebido (não com honras desmerecidas) mas como merecedor de participar da festa que só “gringo” – principalmente se for endinheirado – pode frequentar. O povo desta cidade, que labuta, paga elevadíssimos impostos, passa necessidades e carências não tem a possibilidade de usufruir da única festa popular que o município organiza (ou deixa organizar), pois os preços de uma simples garrafinha de água mineral é escorchante. É festa para boi de outras pastagens que não as nossas, dos vales do Cariri.

Ao fio dos anos tenho escutado que a festa deixa lucro na casa dos 60 milhões de reais. Nunca soube da utilização de um só real proveniente dessa lambança que tenha sido usado em benefício do povo cratense. Mas não os julguem mal, devo ser eu o mal informado.

Para finalizar só gostaria de deixar uma palavrinha de crítica severa contra a escolha dos “artistas” que são pagos a preço de ouro para abrilhantar a festa. Não se faz uma consulta à população, usa-se do modelo: chama quem está na moda, não importando se quem canta é o Parangolé, se a Calcinha preta (prefiro vermelhas), se o Xande Avião (embora não tenha aeroporto na área), o que sei é que quem tem um gosto mais refinado em questão de música não tem a menor chance de curtir um só momento de lazer.

Os preços, para gosta de curtir “essas delícias de sons” que mais atrapalham quem busca repousar nesses dias e mora nas vizinhanças e quer acompanhar todos os dias (haja fôlego e grana) vão dos modestos R$270 (os mais baratos) até R$ 1.440 (por pessoa no famoso Camarote do Rei (efetivamente, numa região que passa por necessidades básicas, só mesmo rei pode frequentar esse camarote – ou então os bestas que gostam de ostentar e depois passam o resto do ano comendo cuscuz com ovo (que aliás é muito bom). Basta ver os carrões que desfilam pela cidade: Mercedes, Camaro, BMW, Beetle e até Ferraris já foram vistas por aqui. Tudo para aparecer. Tudo para mostrar para quem a festa é feita.

Não me incomodo, pois não sou (mais) festeiro. Tive que ir nessa festa uma única vez, jurei que nunca mais. Eu não vou à festa, mas a festa vem até minha casa todos os dia o tempo todo que a zoada dura e no pós feira, o que pior dela resta, o mosquedo. Mas sou feliz tenho certeza que tem cratenses mais “putos” que eu com tal ignorância.

E viva o Santo Antonio de Barbalha, em que com pau ou sem pau, o povo tem vez e pode divertir-se à vontade. Aqui, sem boi, você não tem chance!

 

15 - VIGILÂNCIA A TODA A PROVA

Hoje, melhor, agora há pouco, terminei uma experiência que estava a me deixar curioso e preocupado ao mesmo tempo. Vou repassá-la para vocês, meus possíveis leitores e deixar um alerta.

Vamos à experiência: Antes de publicar aqui neste site que, pelo que sei está hospedado em Portugal, verifiquei a contagem de acessos que me mostrava uma contagem bastante generosa e apenas um visitante (eu) para o meu modesto rabiscar de ideias. Feita a postagem de mais uma ideia um tanto cafona, considerando o quantum de vezes que já abordei esse assunto, e a imensidão de ideias a esse sujeito que têm sido manifestadas, corri para o marcador de visitantes on line que ali está inserido e, surpresa minha, mesmo antes de ter divulgado no face ou no twitter, já tinha quatro visitantes.

Devo confessar que não constitui para mim grande surpresa saber que as grandes potências (EUA, RÚSSIA, ISRAEL e outras) estão extremamente interessados no nosso saber, no nosso fazer, nas nossas preocupações, nos nossos desejos mais íntimos e até no nosso pensar, pois só assim conseguem disparar suas bombas cibernéticas que nos atingem de modo quase indolor mas que nos forçam a tomar decisões com base nas informações que eles injetam em nós e que apenas os favorece a eles.

Nada temo, pois nada devo! Se tiver que falar mal de algum desses países ou de pessoas que os habitam falarei  do modo mais claro fazendo afirmações que estão de acordo com a parte do meu ser que eles não conseguirão jamais dominar. Eles são vivaldinos, mas eu não sou trouxa e sei muito bem criar trilhas que os despistam e levam a pensar errado a meu respeito. A minha vida ainda conserva uma parte que é só minha. Posso até parecer muito pretensioso, mas há coisas que a própria vida nos ensina e que se soubermos aplicar na prática diária faz qualquer computador espião explodir de bugs e se perder em conjecturas que a nada conduzem.

Quero que isto fique bastante claro para os espiões: eu sei como escapar do vosso controle. O que vocês sabem de mim não passa de generalidades, de superficialidades que se vocês tentarem utilizar para me atingirem apenas resvalarão na couraça da minha indiferença. Não concordo com essa vossa nova ordem mundial e lutarei pelo meios que conheço e não vos revelarei jamais para vos destruir. Ainda continuo um humanoide e vocês já estão tratando todo mundo como algoritmo... deixem dar uma dica: vocês, ao agirem assim, estão sendo inocentes úteis a um bando de interesseiros e nada mais. Um dia o feitiço vai se voltar contra o feiticeiro.

Depois não digam que eu não avisei!

Pois é minha gente que acessa os meus rabiscos e conseguiu ler até aqui. Cuidem da vida como seres humanos e esqueçam de fazer parte dessa maquina moedora de seres alienados. Lembrem do velho provérbio árabe:

Não digas tudo o que sabes
Não faças tudo o que podes
Não acredites em tudo que ouves
Não gastes tudo o que tens

Porque:

Quem diz tudo o que sabe,
Quem faz tudo o que pode,
Quem acredita em tudo o que ouve,
Quem gasta tudo o que tem;

Muitas vezes diz o que não convém,
Faz o que não deve,
Julga o que não vê,
Gasta o que não pode.

E eu acrescento: dá a saber a quem nem imagina o que eles não devem saber.
Um abraço fraterno e amigo!

14 - A pátria de coturnos

Ilude-se quem pensa que o peixe está morto, muito pelo contrário, ele está apenas tomando fôlego para dar o pulo final. Quem acreditar que as Fake News e outras cartas anônimas complementadas por mensagens intraduzíveis de Carlos Bolsonaro (o famoso Carluxo) são amostras de fraqueza do intruso pai, engana-se, pois o que ele faz é apelar aos ainda milhares de cegos seguidores para a manifestação (possivelmente com atos de terrorismo encomendados) para que se justifique o ataque às instituições: Senado e STF.

Os militares já sinalizaram positivamente, pois dessa forma o poder lhes cai no colo sem que tenham que passar pela acusação, amanhã, de golpe militar. A Constituição Federal (CF) não prevê que o presidente possa fechar essas instituições de modo legal, portanto, a acontecer, será um golpe, um ato de rebeldia pessoal passível de punição.  Não tenho autoridade para fazer tais afirmações, mas assumo a responsabilidade pela minha análise. Contudo, já prevendo que alguém possa querer me atacar por ela, aqui deixo as declarações da Profa. de Direito da FGV, Eloisa Machado, "Pelo ordenamento jurídico brasileiro não é possível a adoção de nenhuma dessas medidas", referindo-se ao fechamento de Senado e STF.

Assusta-me que grande massa de Zés Bobões ainda entre na velha “canção do bandido” e possam engrossar as fileiras dessa manifestação que está sendo convocada pelo inominável. Preocupa-me, pois sei, sabemos todos, que a esta hora já deve haver gente comprada e instruída para fazer baderna (há até quem fale em novo falso atentado) com a finalidade única de poder atacar as instituições (Senado e STF).

Assusta-me que um incapaz tenha assinado documento permitindo que pessoas armadas (se é que pode chamar de pessoas) possam viajar de avião. Acredito que o inominável não sabe que um único disparo dentro do avião o joga ao solo matando todos os ocupantes. E loucos não é o que falta, principalmente neste governo que aí temos e nos seus seguidores de hospício.

Assusta-me que através de assinatura se tenha autorizado que qualquer pessoa possa comprar um fuzil do tipo AR15 – é certo que precisa ter grana para isso, mas os milicianos e traficantes têm de sobra. Está preparando uma guerra interna, na qual só quem tem a perder são todos os pobres, pretos, pardos, putas e gays. Uma nova higienização social está em curso disfarçada de atos de defesa contra a criminalidade. Por todo o país, depois da tomada de posse do inominável, os casos de crimes contra a vida aumentaram exponencialmente.

Assusta-me que os militantes de esquerda possam entrar em provocações e algo mais crítico possa acontecer, pois é isso que os fascistas estão esperando. Provocações não vão faltar, por isso resista á tentação de revidar ou até mesmo de fazer algum tipo de cobrança a quem não tem condições de resolver nada. O desprezo é a melhor arma nessa hora. Sentindo-se ignorados entram em delírio e acabam cometendo atos que só os vão prejudicar a eles mesmos, será um tipo de revolta do feitiço contra o feiticeiro, um tiro que sai pela culatra, uma vergonha que lhes cobrirá de alto a baixo.

Por isso deixo um alerta, não é alarmismo, é racionalidade: Vamos deixar que eles façam a parte deles e depois será a nossa vez de dar uma resposta, no dia 30/05/19 e mostrarmos a nossa força e a nossa vontade: FORA BOLSONARO!

 

13 O primeiro dia de um mundo diferente?

Depois de hoje tudo pode acontecer, inclusive, nada! Não recordo mais onde foi que eu li essa pérola, mas hoje ela se aplica às mil maravilhas.

A partir hoje - o dia em que a China mostrou aos estados unidos a força de um olhinho puxado, tudo pode acontecer. Eu só consigo ver aquela calopsita que eu tenho ali num viveiro, no quintal aqui de casa, quando se assusta ou teme qualquer coisa: ergue o penacho que tem na cabeça e faz uma barulheira de acordar a vizinhança. Foi o que aconteceu, o dólar, assustado, arrastou para baixo as bolsas de valores e o mundo viveu um novo valhe-me deus.

É bem verdade que um mundo bipartidarizado não é bom, mas considero menos ruim do que se ele continuasse a ser dirigido por um único incongruente. É verdade que há riscos, mas o velho ditado vai nos salvar, diz ele: "Quem tem cu, tem medo" e não acredito que o meu passarinho tenha tendências suicidas.  Os últimos dias não lhe têm sido muito favoráveis, pois, depois da sua vitória no Brasil, quando conseguiu pegar o nosso petróleo a troco de uma banana podre, a coisa desandou com o Gaidó, pois o Maduro ainda não está tão maduro a ponto de cair e hoje levou este sopapo dos chineses.

Quero viver os próximos dias para ver como esta história acaba, mas de uma coisa eu tenho a certeza, o mundo está mudando, se para melhor ou para pior, não sei, mas está mudando e até mais rápido que eu esperava. Aguardemos o desenrolar das ações.

Amanhã será, certamente, um novo dia.

 

12 - A saga ainda não acabou

 

Não só a saga não acabou, como a história ainda não foi totalmente escrita, quando o tema é a já cansativa Previdência Social. Muita água ainda vai passar por por debaixo da ponte antes que uma solução seja encontrada. Ontem tivemos mais um capítulo do show de horrores em que já se transformou a discussão da tal emenda constitucional da reforma da previdência (assim, tudo minúsculo, para demonstrar o nível das discussões).

Já não é a primeira vez que os srs. deputados se atracam em franca manifestação de falta de respeito para com a opinião alheia e adversa. Ontem quase voltamos ao ao cenário já conhecido, porque houve deputados e não foram poucos (só não sei se são suficientes para barrar o projeto, nem se agora fazem um discurso e depois na hora da votação pe$am quarenta milhõe$ de motivo$ para fazer o inverso) que tomaram para si as dores de seus representados (o povo, principalmente o mais sofrido e explorado) e defenderam o que é lógico e racional defender: a modernização do nosso sistema de Previdência, que já vem de 1934, e fazer reajustes a partir de cima para baixo e não o inverso. Ontem tivemos excelentes falas, o que demonstra, do meu ponto de vista, que está havendo uma modificação no corpo político brasileiro. É ainda irrisório, mas já começa a fazer algum efeito. Quem não muda, na verdade, são os velhos lobos e raposas que convivem naquele covil que souberam construir em Brasília e do qual esperam saiam novos lobinhos, para manutenção da espécie.

Entre as velhas raposas encontramos aquela que me parece a mais perigosa e mais perdida tentando encontrar seu lugar para fazer o ninho onde parirá seus rebentos que veem o mundo com os olhos devoradores: o ministro da economia que, como muito bem lhe foi jogado na cara, "de economia não fala nada, só fala de gastos e cortes", sem o menor indício de ações que permitam a retomada do crescimento do país. Pessoalmente, acho que essa equipe está preocupada em encher (mais) os bolsos dos banqueiros e capitalistas, esvaziando os bolsos dos pobres e procurando motivos mil para recorrerem ao FMI onde o dinheiro corre frouxo e pagamento, quem quiser que o faça. Nós (eles) vamos gastar à vontade e continuaremos a aumentar as nossas regalias.

Tenho orgulho em dizer que estou, sempre estive, do outro lado da história. Lamento, seriamente, que tanta gente tenha agora que se arrepender por atos cometidos alguns meses atrás, a quando de uma votação, pois é sinal que a "mudança" que esperavam realizar, foi por água abaixo: jogaram a criança junto com a água do banho. Agora resta correr atrás do prejuízo, pois ainda resta um tempinho para salvar parte da lavoura. Mas com o deslumbrado do Alexandre Frota (quem diria?) como presidente da comissão especial (veja notícia na UOL) são grandes os riscos de perdermos toda a lavoura. O tempo nos dirá.

Uma coisa é certa: o pobre pode ir fazendo mais uns furos no cinto. Está voltando a ficar longe o tempo em que um homem simples do povo conseguiu fazer com que o pobre deixasse de ser tão pobre e tivesse oportunidade de comer três vezes ao dia, crime pelo qual está encarcerado e não pode concorrer às eleições passadas.

Brasil: pobre país rico!

 

 

 

 

 

 

11 - CARTA ABERTA A UM HOMEM

Não vou dizer que não haja mais como você, HOMEM, mas podemos aceitar facilmente que são poucos que têm essa fibra, essa vontade de ver os menores crescerem sem derrubar aqueles que tanto sobem sobre as cotas dos inferiores, podando-os, apenas.

Ontem senti orgulho, novamente, de ter servido àquele a quem chamam de serviçal – já que não possui diploma superior e na vida profissional não passou do chão da usina.

Ontem, senti novamente renascer, por mais que não passe apenas de um pequeno broto, a esperança que ainda poderei terminar meus dias num país com alguma justiça social bem diferente daquela que utilizam para lhe manter isolado da sociedade.

Ontem, voltei a escutar aquela voz rouca, mas nem um pouco abalada pelas injustiças sofridas, que encantou dirigentes mundiais, dizendo que não vende sua dignidade.

Ontem, eu percebi como dois jornalistas ficaram atônitos diante da clareza dos motivos que foram expostos e acredito que se convenceram da tua inocência.

Ontem, eu vi o velho sentimental que como qualquer ser humano que se preze pode chorar a perda de entes queridos.

Ontem, finalmente, me convenci mais que em momento algum que o Brasil ainda pode ter jeito, mesmo com tantas maldades que contra ele estão cometendo apenas por ganância e maluquice insensata.

Ontem, foi a véspera do dia mais esperançoso que está sendo o hoje, mesmo sob tantas ameaças de vilipêndio contra o mais singelo dos cidadãos que tanto defendes.

Ontem, foi dia de sentir, ao longe, a tremedeira de teus algozes.

Hoje, ao recordar o ontem te digo: o dia que eu crescer quero ter essa tua retidão de caráter e vontade férrea de mostrar ao mundo que um HOMEM não tem preço.

Obrigado Luis Inácio LULA da Silva Brasileiro.

 

10 Amargor

Hoje amanheci amargo. Depois, as notícias do mundo que me rodeia e habito tendem cada dia mais à catástrofe e isso me deixa o cérebro azedo. Tenho tentado parar nestes últimos dias para pensar a morte. Não se assuste, pois é isso que você faz toda hora quando pensa na vida. Saímos de casa, ou permanecemos nela e pouco paramos para pensar em nós. Neste caso o individualismo não se aplica. Pensamos e estamos interessados nos outros. O que o vizinho vai dizer, o que o povo da rua vai pensar, o que as instituições vão fazer... mas pouco ou nada do que EU posso fazer, ou já fiz, ou ainda pretendo fazer. Vivemos na dependência do pensar alheio. Só um lembrete ante de prosseguir: há quem esteja manipulando mentes para isso, exatamente, para que nos tornemos inteiramente manobráveis, domesticados, independentes da ração que eles nos queiram dar para nos manterem prestativos, rentáveis tanto quanto possível, logo depois cortam a ração.

 

O curioso dessa situação: nada é feito sem que nós tenhamos consentido. Somos, portanto, corresponsáveis pelo caos que se está instalando na humanidade. Criamos nossos próprios monstros, nos transformando em feras. Criamos ídolos com pés de barro, e religiões com deuses exploradores que veneram o deus maior chamado dinheiro.

 

Por que será que nunca mais ouvi falar num mutirão (ou sou eu que estou isolado do mundo)? Por que será que nunca mais ouvi falar das associações de bairro, ou sou eu quem vive encasulado? Há quanto tempo não escuto dizer que país A prestou, desinteressadamente, ajuda ao país B que sofreu algum contratempo de qualquer ordem?

 

Serão meus ouvidos seletivos e só escutam o que não presta: guerra de facções, países que querem engolir os outros, homens que só pensam em prejudicar os outros para eles próprios crescerem, mentes que se julgam iluminadas querendo impor ordens aos outros como se os algozes vivessem no corpo de suas vítimas, os “donos” do mundo querendo que todos sejamos medidos pela mesma bitola (bem rasinha por sinal) através da invencionice da globalização geral e irrestrita, o mundo parece andar em marcha a ré, alguém está confundindo o freio com o acelerador apesar de se falar na tal de IA (inteligência Artificial) que, segundo dizem, irá comandar o mundo. A pergunta que me fica, mas para a qual parece que Mr. Putim já respondeu, é: quem vai comandar a IA?

 

Arrisco um pouco mais, essa tal de IA só trará desgraça para a população mundial. No meu tempo de moço dizíamos que se aproximavam tempos de “fome, peste e guerra”. O caos. E o caos me lembra de um personagem que todo mundo teme: a ceifeira, mas precisamos parar para pensar um pouco nela que, incansável, trabalha dia e noite sem parar e sem fazer escolhas. Quem se atreve a cruzar-lhe o caminho já sabe qual o destino que lhe está reservado: passar ao cadastro dos não mais existentes.

 

Hoje amanheci amargo. E as notícias que aqui e ali conseguimos pescar nada contribuem para adoçar nossa existência. Tudo é criminalizado pelos outros que não conseguem sequer calçar meus sapatos. Tenho reparado que as pessoas parece não se olharem mais nos olhos umas das outras: será por medo daquilo que poderão ver neles? Há quem diga que o mundo está perdido. Respondo: não, se algo ou alguém perdeu o norte, esse foi o homem que na sua substancialidade vem apodrecendo a cada dia que passa, o mundo não tem culpa das asneiras que o homem comete. O mundo, a natureza, tem sido bem condescendente com esses animais destruidores chamados de seres racionais. Embora aqui e acolá nos dê uma demonstração de seu poder, o mundo é uma existência pacífica, quem o habita é que não vale aquilo que recebe gratuitamente.

 

Creio que vou parar por aqui, pois sinto que o amargor se acentua na medida em que vou pensando o que é e como poderia ser diferente. Sozinho jamais mudarei o mundo, posso ajudar a mudar a civilização, mas essa não se presta a acordos bilaterais: só enxerga a ela mesma, independentemente de quem esteja a seu lado. Tentarei mudar a mim mesmo, mas aço fundido há muito tempo, dificilmente perde a têmpera. Enquanto isso procuro no bolso da calça um bombom.

 

9 A hora da verdade

Parece que, finalmente, o povo brasileiro começa a acordar do estado de letargia que o atingiu durante uns meses em que a política ganhou todas as atenções mais nefastas à sociedade como um todo. Aquele sonho de mudança não se concretizou e, ao contrário da expectativa popular só faz piorar.

 

Logicamente que a população tem seu quinhão de culpa direta no que está acontecendo, pelo simples fato de agir descomedida e irrefletidamente na hora da escolha do time que vai comandar (esperemos que não) o país por longos quatro anos. É tempo mais que suficiente para deixar o país que já foi a 6ª potência mundial em situação de esmolador.

 

Esse despertar, contudo, não significa que a população tenha virado autocrítica de uma hora para a outra, não! O que acontece é que a equipe (ou será melhor dizer o bando) que compõe o atual staff dos corruptos de Brasília começam a dar provas de sua incompetência administrativa para tocar em frente os rumos da nação.

 

Uma das mais altas bandeira levantadas pelo atual desgoverno durante a campanha política foi aquela da “Escola sem Partido” – inventarem trocentas mentiras, levantaram falsos testemunhos, acusaram e puniram professores(as) injustamente – e agora, sem “saber ler nem escrever” o sr. ministro Ricardo Vélez-Rodriguez, que nem brasileiro é, impõe a ideologia boba de um presidente idiota que resolve aliar-se ao império do mal para atacar um país vizinho que sempre manteve relações estreitas e de amizade com o Brasil. É a troca da “Escola sem partido” pela “Escola com Partido” e práticas que refletem a ideologia neonazista que se tem apoderado dos fascistas encubados que existem no país. Talvez essa ideologia tenha surgido por influência dos nazistas a quem governos anteriores deram guarida, sob nomes e identidades falsas, depois do fim da segunda guerra e do julgamento de Nuremberg. Afinal, todo homem tem a capacidade de angariar seus seguidores e até mesmo de multiplica-los, principalmente quando encontra campo propício a tais práticas, como tem sido o caso das “igrejas” ladras dos parcos bens dos pobres brasileiros que na falta de políticas sociais de bem-estar social tentam agarrar-se a uma religião na perspectiva de conseguirem uma melhora de vida. Pobres iludidos.

 

Mas dizia eu do nosso “querido” governo que, para agradecer o esforço populacional para elegê-lo, oferece tudo que há de pior em matéria de políticas destinadas à classe menos favorecida: Reforma trabalhista (acabando com as poucas possibilidades que o trabalhador tinha de imaginar um futuro um pouco menos ruim de hora em diante), Reforma da Previdência (para acabar de vez com o sonho de uma vida um pouco mais prolongada com um mínimo de dignidade conseguido e arrancado a ferros e fogo do capitalismo assolador) para não devolver ao trabalhador tudo aquilo que lhe foi retirado, via impostos e descontos, no período produtivo. Agora que que a velhice chega e o descanso é mais que merecido, o governo simplesmente elimina a aposentadoria ou a torna inalcançável. A possibilidade que outros governos lutaram para criar de colocar na escola/universidade o filho do trabalhador deixa de ser uma realidade, pois, para os atuais mandatários, só estuda quem pode, e em escolas/universidades particulares. Vendem o nosso solo sagrado e tudo que ele contém ao desbarato. Usurpam o que é de todos em benefício exclusivo deles.

 

O povo começa a sentir a necessidade de ir para as ruas, mas infelizmente ainda não é para manifestar, pois o brasileiro é um povo que só pode ser classificado em uma destas classes (cada um o coloque onde quiser) ou ordeiro e pacífico ou frouxo dentro da roupa que veste, esse povo está indo para as ruas para ali fazer morada, para ali viver das migalhas que lhe são jogadas como quem joga comida aos porcos, enquanto o seu presidente num arroubo de solidariedade (mais falsa que uma cédula de 3 reais) oferece ajuda humanitária ao país vizinho.

 

Um governo de desmiolados. Não reconhece Chico Mendes. Rouba indígena, mas garante está do lado das mulheres que, mais que no governo anterior terão que ser recatadas, do lar e vestir amarelo. Um ministro das relações exteriores que faz olhinhos doces ao império do mal de que se diz profundo admirador e nos conduz para uma política de nacionalismo exacerbado. Um ministro da justiça que antes já foi justiceiro, algoz de inocentes e nem sequer é portador da permissão da OAB para exercer a profissão. O ministério da Agricultura foi entregue aos grileiros.  O do trabalho, onde o trabalhador ainda poderia recorrer para e defender dos abusos do capital, foi extinto. A saúde está pelas horas da morte, mas há medicamentos para enviar à Venezuela.

 

Dizem que Momo era desmiolada, folião, alegre, brincalhão e amigo do povo. Espero que acabe de perder o restinho do juízo que ainda lhe resta lá pelas bandas de Brasília e que nossos políticos saibam aproveitar a matéria prima liberada por momo, para ganharem algo para colocarem em suas cabeças, já que mais não seja em montanha de lixo gerado pela má educação do povo brasileiro.

 

E viva o BraZil sem educação ideológica!

 

8 - A irrelevância das provas materiais

Quero trazer hoje, para apontar no meu dedo em riste aquilo que eu considero uma vergonha mundial, um ato de improbidade do legislativo que está sendo praticado há anos no Brasil. Sim, não é de hoje que podemos ler na própria rede internacional de comunicações (WWW) casos que fazem o estômago de qualquer cidadão comum se revoltar.

No dia de hoje (27/01/29), posso ler na Net a seguinte manchete que por si só já me fez provocar o café da manhã que tão gostoso estava:

https://veja.abril.com.br/blog/radar/caso-dos-51-milhoes-em-malas-de-irmao-de-geddel-sera-arquivado/

Por favor, alguém me ajuda a compreender as razões, os motivos que levam a liberar um réu com provas materiais incontestáveis (mas contáveis e contabilizáveis, muito mais se a partilha for equitativa) enquanto se mantém prisioneiro um ser humano (que como qualquer outro pode ter tido suas falhas, não estou aqui para ilibá-lo de todas as faltas possíveis que ele tenha cometido) apenas por suposições de um homem que provou por A+B que apenas desejava um lugar ao sol, esse sol que teimava em se esconder nas provas da OAB.

Não é um soco no estômago, é uma marretada no cérebro de qualquer ser pensante. Por esse motivo chego a acreditar que há teorias erradas: uma delas diz que quanto mais o homem apanha, mais aprende. Mas não é isso que estou vendo! Percebo um "revoltado com a imprensa mundial" e por isso não dar entrevistas no maior e mais importante fórum mundial atual (Davos), mas dizer alto e bom som, no Brasil (para a imprensa amiga) que "lamenta o rompimento da barragem de dejeitos...". Mui nobre presidente, dejeitos é aquilo que o Sr. tem na cabeça e dejeita pela boca.

São pessoas desse calibre que mantém o melhor presidente que o Brasil já teve (o que, repito, não significa que não possa vir a aparecer alguém ainda melhor, mas até este momento ninguém o suplanta) preso e quase incomunicável, mas têm a capacidade de elevar à condição de Ministro de Estado um bando de processados judicialmente, entre eles o do Meio Ambiente que não teve reação ao CRIME acontecido em Brumadinho/MG. São pessoas desse calibre que liberam das grades da prisão um LADRÃO pego com malas (filmadas, divulgadas e até mesmo assumidas) com 51 milhões de reais desviados do dinheiro público. É muita falta de vergonha na cara!

O meu dedo em riste não vai para esse complô (com judiciário e STF e tudo), não! O meu dedo em riste vai direto na cara desses sem vergonha que cuspiram no prato em que comeram e se revoltaram contra quem lhes havia tirado da miséria absoluta. O ditado está certo: "Quem passa fome, com pouco se lambuza". Muitos pobres acharam que já eram classe média e que como tal já faziam parte da elite, só porque um governo lhe deu a possibilidade de ter três refeições/dia, quando antes vendia o almoço para comprar a janta (quando tinha).

"Brasil, mostra atua cara, quero ver paga..." todas as desgraceiras que estão por chegar nessa desgraça de desgoverno. Não quero ler lamúrias e arrependimentos. Quero ver gente nas ruas gritando o já surrado slogan do "Fora alguém". Desta vez quero escutar, participar e reforçar o fora extrema direita, fora fascistas, fora ladrões absolvidos, "FORA BOZÓ" e toda a camarrilha.

 

 

7 - O texto de hoje não é meu MAS ME REPRESENTA

 

Uma carta aberta enviada pela professora Márcia Friggi à atual Ministra Damares precisa ser lida, refletida, divulgada e principalmente aplaudida de pé. Ela diz absolutamente tudo que eu gostaria de dizer a essa senhora que pensa que lida com todos os brasileiros, como lida com seus adestrados seguidores da religião (?) que ela professa. Não pretendo me alongar mais. Eis a missiva da professora Márcia:

 

CARTA ABERTA A DAMARES ALVES, EXCELENTÍSSIMA MINISTRA DA MULHER, FAMÍLIA E DIREITOS HUMANOS

Senhora Ministra, ontem eu também fiz brincadeiras em decorrência do seu polêmico vídeo. Brincadeiras e deboches também são formas de resistência. Sua postura e suas falas, entretanto, exigem uma análise séria e demandam respostas.

Há tempo observo seus vídeos que circulam na Internet e, como professora, sinto-me profundamente ofendida e humilhada. Venho percebendo seu empenho em colocar a sociedade contra a educação brasileira e seu magistério. Para ilustrar o que afirmo, além dos links de dois vídeos que seguem abaixo deste texto, vou citar algumas das suas afirmações que me têm deixado triste e profundamente revoltada. Sobre o famoso “Kit Gay”, Senhora Ministra, que jamais existiu e a senhora sabe disso, tratava-se na verdade, do “Projeto escola sem homofobia”, que seria voltado para os professores, não para os alunos. Nesse projeto, sequer havia o livro “Aparelho sexual e Cia”. Projeto esse que foi vetado pelo governo federal em 2011, devido ao fato de ter sido alvo de críticas dos setores conservadores, os quais a senhora faz parte. Aproveito para alertar que muitas das escolas brasileiras, sequer possuem biblioteca, a minha é uma delas. O que temos, no momento, é uma Kombi doada pela comunidade escolar e transformada em biblioteca através de um projeto meu.

Frequentemente a senhora usa suas falas, nos púlpitos das suas igrejas, para denegrir o trabalho dos professores e para nos colocar como responsáveis pelos problemas de uma geração, inclusive nos ataca como agentes de “perversão” e “doutrinação”.

Em um dos seus vídeos, a senhora menciona um material que supostamente faria apologia ao sexo com animais. Senhora Ministra, talvez a senhora não conheça muito bem a regulamentação do exercício do magistério. Nós, professores, somos fiscalizados pelos nossos superiores: coordenação, direção e secretarias de educação. Os materiais que utilizamos, os livros escolhidos e até mesmo as nossas provas, são analisadas e aprovadas pelas instâncias superiores antes que cheguem aos os alunos.

Nesses vídeos a senhora também se refere a um “suposto projeto” de 2004 e com tom irônico, a senhora fala: “Não posso falar o nome da prefeita, não posso falar que ela é do PT e também não posso falar que foi esposa do Suplicy, mas juntamente com o grupo GTPOS, ela gastou mais de dois milhões de reais num programa”. Programa esse, ao qual a senhora afirma ter sido atribuída a função de promover, nas creches, o incentivo a ereção e masturbação de bebês de sete meses. Com essa sua fala, a senhora coloca os pedagogos e pedagogas que trabalham com a educação infantil na condição de criminosos, mais do que isso, na condição de doentes pervertidos. Meus colegas pedagogos, senhora ministra, que tão atenciosamente cuidam das nossas crianças e neste momento abro um parêntese para lembrar a heroica professora Helley Abreu Batista que morreu, com 90% do corpo queimado, após retirar seus alunos de um salão em chamas e de lutar contra o vigilante que ateou fogo à creche, em Janaúba, norte de Minas Gerais, em 2017. Meus colegas pedagogos, senhora ministra, jamais cometeriam esse crime, nem mesmo sob tortura.

A senhora, nos seus ataques, sempre focou a educação e o magistério brasileiro, esse foco não é inocente, é estratégico. Desmoralizar, humilhar, deslegitimar e demonizar os professores, colocar a sociedade contra nós e contra a educação, só nos enfraquece ainda mais. Como se já não bastassem nossos baixos salários, a falta de condições estruturais, a ausência e a falta de incentivo a bons cursos de formação continuada. Como se já não bastasse o desrespeito e a violência com que somos tratados em nossos atos de protesto, paralização e greve, enquanto políticos protegidos e aquartelados, debocham das humilhações das quais somos vítimas. Ao nos enfraquecer, a senhora enfraquece a educação e isso lhe é extremamente útil e providencial. Um povo sem acesso à educação de qualidade é muito mais fácil de “doutrinar”, de transformar em “ovelhas”, em “inocentes úteis” e nós sabemos muito bem onde, verdadeiramente, vem ocorrendo a “doutrinação” no Brasil e sob que circunstâncias e métodos.

Vou falar brevemente, Senhora Ministra, sobre o que fazem os professores para muito além das suas atribuições. Somos nós que, na maioria das vezes, descobrimos quando um aluno possui deficiência visual, porque na sala de aula temos parâmetros de comparação. O aluno está sentado na mesma distância do quadro em que estão seus colegas, mas franze a testa, comprime os olhos. Somos nós que chamamos os pais e alertamos.

Muitas vezes, Senhora Ministra, somos nós que percebemos um problema mais grave. Nossos olhos treinados e experientes conseguem detectar o aluno ou aluna que se isola, nega-se a realizar trabalho em grupo, não participa do recreio, tende a ficar no mesmo lugar e realizar movimentos repetitivos com o corpo. Somos nós que alertamos os pais e depois da avaliação médica, enquanto a família vive o luto de um diagnóstico de autismo, por exemplo, nós professores seguimos trabalhando métodos e estratégias para incluir esse aluno da melhor forma possível.

Somos nós, Senhora Ministra, que muitas vezes percebemos a automutilação em alguns alunos e ela não se deve ao nosso trabalho de “doutrinação” como a senhora tenta afirmar, ao dizer que confundimos nossas crianças com a “ideologia de gênero”. Os adolescentes que chegaram até mim com automutilação, viviam um cotidiano familiar desestruturado. Desestruturado no seio da “família tradicional” que a senhora tanto defende. O que a senhora propaga e demoniza como sendo “ideologia de gênero”, na realidade do chão da sala de aula, Senhora Ministra, é a exigência do respeito, é o cuidado para com todos os alunos, é a luta contra o bullyng que pode destruir emocionalmente um aluno e até levá-lo ao suicídio, é a educação contra a cultura do estupro e do machismo. Nós enfrentamos salas de aulas superlotadas, lidamos com as particularidades de cada aluno e incentivamos o respeito para com todos, sem o qual, não seria possível ministrar uma aula.

Somos nós, Senhora Ministra, que percebemos pela postura corporal, pelo silêncio, pelo olhar triste de quem suplica por socorro, quando uma criança ou adolescente é vítima de violência sexual, violência essa, normalmente sofrida no seio da “família tradicional”. Somos nós, Senhora Ministra, que conversamos com essa criança, que ouvimos o relato do seu sofrimento, que tomamos as providências, que chamamos o conselho tutelar e somos nós que acompanharemos essa criança ou adolescente com atenção e cuidado redobrados.

Finalmente, Senhora Ministra, são inúmeras as nossas atribuições, às quais nos entregamos com amor e seriedade, respeito para com nosso diploma, para com nosso juramento e para com a instrução conquistada através da disciplina, do estudo e da leitura que, certamente, não foi adquirida no espaço do whatsapp.

Somos nós, professores, que olhamos, cuidamos, educamos, instruímos e ensinamos as crianças e jovens deste país. Somos nós que protegemos essas crianças e jovens quando a família falha e quando o Estado falha.

Esta minha carta aberta tem dois objetivos: pedir-lhe mais respeito para com a classe do magistério. Venho também, oferecer-lhe um conselho, desça dos seus delírios fakes, Senhora Ministra, pise no chão e encare a realidade. Porte-se com a seriedade que a importância do seu cargo exige. Deixe assuntos fúteis como cor de roupa adequada para seus colóquios no púlpito da igreja. No exercício da sua atual função como ministra, olhe para o magistério brasileiro com olhos da verdade. Olhe pelos quase seis milhões de crianças sem o nome do pai nos seus registros. Encare a quinta maior taxa de feminicídio no mundo e que vem aumentando assustadoramente, alimentada pela cultura do machismo e da violência. Olhe para os milhões de mulheres que, longe da família tradicional, criam seus filhos sozinhas e com dignidade. Olhe para as crianças e jovens que estão nas ruas, Senhora Ministra. Lembre-se que essas crianças não se perdem na rua, foram perdidas dentro de casa, no seio das famílias tradicionais ou não e negligenciadas pelo Estado, as ruas apenas as adotam. Olhe para os LGBTs e às violências que têm sido vítimas. O Brasil é o país quem mais mata LGBTs no mundo e temos visto esse número aumentar, incentivado pela cultura da intolerância.

A senhora deve estar se perguntando: “Quem é essa professorinha petulante que me escreve essa carta aberta”? Vou facilitar para a senhora, vou me apresentar. Sou Marcia Friggi, poeta e professora de Língua Portuguesa e Literatura do Estado de Santa Catarina. Exerço meu cargo após ter sido aprovada em concurso público, submetida a rigorosos exames médicos periciais, além de ter passado pelos três anos de estágio probatório. Sou aquela professora que foi violentamente agredida por um aluno em 2017, caso que teve repercussão nacional e internacional. Sou a professora que, após violência física, sofreu linchamento virtual por parte dos que comungam das suas ideias. A professora que teve sua imagem com o rosto ensanguentado, usada sem autorização, pelos mesmos que me atacaram virtualmente, para promover a campanha política eleitoral do seu candidato.

Naquele período, visitei o inferno e sobrevivi. Sobrevivi à depressão, à fobia social, a crises de ansiedade, à insônia e à vontade de morrer. A tudo isso, talvez se deva a minha ausência de medo. Eu não tenho medo porque sou uma sobrevivente, porque na minha casa não há uma agulha sequer que não tenha sido comprada com o suor do trabalho honesto. Não tenho medo porque não ocupo e nunca ocupei cargo comissionado. Não tenho medo porque nunca dependi de favores políticos. Não tenho medo porque pelas minhas mãos jamais passou dinheiro público. Finalmente, Senhora Ministra, não tenho medo porque se ao seu lado está o governo atual e suas “ovelhas”, do meu está o mundo. Do meu lado está um mundo inteiro que não aceita mais retrocesso. Um mundo que deseja respeito para com todas as pessoas. Um mundo que não aceita mais discriminação, intolerância, preconceito, machismo, homofobia, xenofobia. Um mundo que deseja que uma mulher possa terminar um relacionamento sem ser agredida ou morta. Um mundo que respeita a vida e a natureza. Um mundo que se pretende mais humano, justo e igualitário. Não tenho medo, Senhora Ministra, porque minha militância pelas causas que considero justas sempre foram exercidas nas ruas e no espaço virtual, nunca na sala de aula. Não tenho medo, Senhora Ministra, porque sou adepta da paz e minha única arma é a palavra e é dela que venho me utilizando como um instrumento de amor à vida, à liberdade, à arte e à resistência. Já participei de algumas coletâneas como escritora, minha última participação foi no “Mulherio das Letras”, o que muito me honra. Neste ano de 2019, lançarei meu primeiro livro de poesia, no qual estão muitos dos meus poemas de cunho social e resistência. Está também, entre meus projetos mais importantes, o livro sobre “denúncia dos flagelos que sofre o magistério brasileiro”, o qual percebo de suma importância, considerando os constantes ataques e humilhações a que somos submetidos.


Ainda nos veremos, Senhora Ministra, nas batalhas pacíficas da vida, das quais eu jamais fugi.

 

6 Há que cuidar para não desmerecer!

 

Eis o primeiro escrito de um ano sobre o qual não tenho a menor das expectativas, 2019, daí a sua localização nesta seção que põe o dedo em riste.

 

Primeiramente, Fora Bolsonaro, eu sou resistência. Durmo com a cabeça apoiada num livro de História – que me serve de duas peças importantes do quotidiano do povo: serve-me de travesseiro para poder repousar com mais conforto e serve-me de muleta quando preciso argumentar algum fato do qual não tenha tanta segurança (nos dois casos, passe a metáfora).

 

Em segundo lugar, percebo pelo vejo na mídia alternativa que o discurso do homem foi um festival de indicativos de retrocesso ao ano de 1964 – o que, aliás, já se esperava e do qual, pelos extratos que escutei se destaca a meritocracia. Ou seja: no seu governo, pobre não terá vez. Pobre não poderá pagar universidade, pobre não poderá deslocar-se de avião para não atrapalhar e enojar os riquinhos; pobre não terá direito a educação básica de qualidade, já que mais não fosse a permanência do modelo atual, pois o empossado não vai mais garantir verbas suficientes para tal, além de acusar os professores que certamente perseguirá e o modelo que diz ser marxista.

 Pobre só poderá trabalhar, até mesmo em regime de escravidão, para satisfazer os desejos da classe exploradora deste país que tem vivido na obscuridade, mas que agora poderá, abertamente, negociar escravos para as suas feituras!

 

À oposição, hoje representada pelas esquerdas unidas (PT, PCdoB e PSOL) resta a resistência ferrenha, investigativa e denunciadora de todos os desmandos (que já começaram antes da posse) e brigar para que esse desgoverno de um homem classificado de “imbecil” pela mídia espanhola e de “idiota” pela francesa, dois títulos que cabem muito bem, não faça mais desacatos que aqueles já cometidos, pois as promessas são muitas.

 

Mas não adianta a oposição pela oposição. É necessário que seja uma oposição consciente, conscientizadora e geradora de setores pensantes e multiplicadores de um pensamento mais crítico, socialista, mais humanitário, que ajude, nas próximas eleições a erguer bem alto o pavilhão da democracia. O que aí temos implantado a partir de hoje não passa de uma reles ditadura que busca esconder-se na pele de uma democracia capenga, autoritária, excludente e principalmente assassina.

 

Por isso o meu dedo em riste!

 

 

 

5 AFINAL, O QUE SOMOS?

De acordo com o jornal o Globo, de 07/12/18, "A futura Ministra (?) dos Direitos Humanos diz que homens e mulheres não são iguais e critica 'teoria de gênero'".

Sra futura(?) Ministra, a Sra é a tradução quase perfeita da descrição feita pelo urubuzento Michel Temer quando disse que a mulher tem que "ser bela, recatada e do lar", um ser submisso, acéfalo, obediente e pronta para a reprodução (embora perceba que neste quesito o seu período já passou).

Que a Sra se sinta inferior aos homens é um problema que, a meu aviso, pode ser tratado clinicamente, afinal os psicólogos não se formam para cuidar de pessoas sadias. Por outro lado, se a sua submissão lhe permite atingir o ponto culminante de aderir ao fascismo, aí a questão já é totalmente diferente, tem mais a ver com o caráter e principalmente com educação, pois, a assim ser, a Sra deve ter passado a quilômetros de distância dos livros de História.

A Sra se diz professora e ter trabalhado com meninos e meninas de rua, são palavras suas. Atitude louvável, trabalho digno, mas se o que aprendeu dele foi, segundo as suas próprias palavras: "Quando a teoria de gênero vai para a sala de aula e diz que todos são iguais e que não tem diferença entre menino e menina, as meninas podem levar porrada, porque são iguais aos meninos. Somos frágeis, mas somos muito especiais, fazemos coisas que eles não conseguem fazer", deixe-me dizer que a Sra entendeu bem pouquinho do que seja ser professor. Vou mais longe: a não ser da sua boca, eu, enquanto professor, nunca ouvi nenhum colega meu dizer, por mais que seja discutindo a teoria de gênero, que meninas podem levar porrada, porque são iguais aos meninos.

Sra futura(?) ministra: meninos e meninas são iguais na sua essência, no seu ser, no seu humanismo, apesar das diferenças estéticas de seus corpos e da própria configuração orgânica, mas têm, Sra futura(?) ministra, direitos iguais, deveres iguais, logo precisam ser tratados como iguais, respeitando sim as diferenças. A Sra diz que os meninos precisam levar flores para oferecer às meninas - bela atitude - mas me aponte apenas um único motivo para que a recíproca não possa acontecer!! Será que apenas as senhorinhas sabem apreciar o que é bonito e cheiroso, ou isso tem a ver com a sua orientação política, Sra futura(?) ministra? A sra chama a isso "revolução cultural" e com essa revolução dos cravos - Ah! perdoe-me, essa revolução aconteceu em Portugal, mas não foi para diferenciar meninos de meninas nem muito menos "para proteger as crianças, as grávidas e mostrar que uma nação que teve uma mulher presidente da República tem tudo para ser o melhor país do mundo para mulheres". Sabe, a Sra dá uma no cravo outra na ferradura. Para falar na MULHER que foi presidenta do Brasil, a Sra, futura (?) ministra, precisa retomar seus estudos, rever mais os conceitos científicos e compará-los com esses oriundos da religião que a Sra futura(?) ministra professa (e que eu respeito como a outra religião qualquer), principalmente no que diz respeito à igualdade entre homens e mulheres, pois ao que parece, para a Sra futura (?) ministra um homem é um homem e a mulher é um bichinho de estimação. 

 

4 GUERRA NA EDUCAÇÃO

Há horas em que o desânimo bate muito forte.

Considero-me, talvez erradamente, um lutador pela educação gratuita e de qualidade para todos e não apenas para alguns como o atual desgoverno quer fazer engolir e por esse motivo vivo em permanente tensão com os anúncios que vão surgindo, a passos cada vez mais amiudados, sobre essa minha área de interesse. Já produzi pesquisas, já escrevi artigos, tenho participado de discussões e quando penso que estamos avançando na questão vem o capitalismo e nos dá mais uma "foiçada" nas pernas pequenas para caminho tão grande.

 

É do senso comum que a nossa educação não avança rumo à qualidade por conta de uma briga de interesses entre o público e o privado. Desde a primeira LDB (4024/61) que o confronto se estabeleceu em definitivo, pois agora teria força de lei. Mas entre brigas e falsos abraços, os lutadores pela educação pública sempre buscaram ganhar terreno no campo que lhes é pertinente, mas chega o momento em que é preciso saber descansar as armas, limpar as lentes dos óculos de proteção e observar o terreno atentamente.

 

Nestes últimos dias, principalmente depois do anúncio da nova Base Nacional, tenho desenvolvido mais a perscrutação e daí ter resultado este persistente estado de desânimo. Não é, para mim, nenhuma novidade a existência de entidades que sob a capa do “samaritanismo” não têm outro objetivo que não seja a captação da maior quantidade de dinheiro do trabalhador brasileiro pelas formas diretas (oferta de cursos) como até pela forma mais indireta (através da captação de dinheiro público junto ao governo sem vergonha que lhes passa o fruto do nosso suor, pago com uma altíssima taxa de juros e demais impostos). Pouco a pouco, essa fundação foi transformando seu idealizador em um dos homens mais ricos do país.

 

Ontem, zapeando pela web, localizei o artigo (que indico abaixo) que me dá conta de mais um interessado no seu, no meu, no nosso suor: a tal da Kroton Educacional. Se até aqui a galinha dos ovos de ouro era o ensino superior e as pós-graduações, a coisa agora complica e, justamente por isso, me desanima: O novel foco dos dentes afiados do capital estão voltados para a educação básica, sim, você leu certo, o novo alvo é a educação básica. Podemos, pois, esperar para os próximos dias, o anúncio do ensino público – em geral – no Brasil. Só quem tiver condições financeiras (e não só) poderá estudar e frequentar bons cursos, os pobres, os menos bafejados pela sorte, terão que dispor de parte do pouco que lhe é oferecido em troca pela sua mão de obra, para fazer algum curso que seja do interesse do capitalista e não mais.

 

Se você fizer uma leitura do anunciado pela tal de Kroton Educacional irá levar um tremendo soco no estômago, como eu levei, e perceberá que o capital não está para brincadeiras, pois para terem maior domínio do setor da educação básica estão comprando todas as editoras de livros didáticos que, por elas mesmas já não eram a última flor do lácio. Este artigo que lhes trago merece muitas mais reflexões e mais aprofundadas, mas em atenção ao espaço de que disponho, prefiro ir comentando aos poucos para não cansar vocês e ter tempo de ir organizando as ideias.

 

Desejo que façam boa leitura, mas recomendo a medicação preventiva contra enjoos.

 

Fonte: http://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/578444-kroton-educacional-em-termos-de-educacao-publica-nunca-experimentamos-um-inimigo-com-uma-forca-social-tao-concentrada-como-esse

 

3 FALANDO O QUE MUITOS NÃO TÊM CORAGEM DE DIZER

Este é um texto adaptado. A autoria conhecida é de Victor Hugo Bernardino, portanto, a ele os máximos louros, da minha parte contento-me com a reflexão que meus leitores possam realizar.

 

Estou cansado !!!

 

Tenho 69 anos e estou cansado. Exceto um breve período na década de 60, quando fiz o meu serviço militar, tenho trabalhado duro desde que eu tinha 12 anos. Trabalhava 50 horas por semana, e não caí doente em quase 50 anos. Tinha um salário razoável, mas não herdei o meu trabalho ou o meu rendimento. Eu trabalhei pesado para chegar onde estou, e cheguei economizando muito, mas estou cansado, muito cansado.

 

Estou cansado de que me digam que eu tenho que "distribuir a riqueza" para as pessoas que não querem trabalhar e não têm a ética de trabalho. Estou cansado de ver que o governo fica com o dinheiro que eu ganho, pela força, se necessário, e o dá a vagabundos com preguiça para ganhá-lo. Não, não sou de direita, sou de esquerda, mas para mim a divisão da renda precisa ser feita entre aqueles que produzem. O ser humano tem o direito à vida, mas também tem a obrigação de produzir os meios de produzi-la e de mantê-la.

 

Estou cansado de tanta vergonha política, apenas porque os homens perderam a noção do razoável e perseguem os seus desejos nababescos por sobre as carcomidas carcaças de seus semelhantes.

 

Estou cansado de ler e ouvir que o Islamismo é uma "religião da paz", quando todos os dias eu leio dezenas de histórias de homens muçulmanos a matar suas irmãs, esposas e filhas pela "honra" da sua família; de tumultos de muçulmanos sobre alguma ligeira infração; de muçulmanos a assassinar cristãos e judeus porque não são "crentes"; de muçulmanos queimando escolas para meninas; de muçulmanos apedrejando adolescentes, vítimas de estupro, até a morte, por "adultério"; de muçulmanos a mutilar o genital das meninas, tudo em nome de Alá, porque o Alcorão e a lei Sharia diz para eles o fazerem.

 

Estou cansado de saber do assassinato diário de pobres, pretos e putas (agora também os LGBT’s e indígenas) apenas por serem minorias que reivindicam seu direito de estar neste planeta. Estou cansado da hipocrisia de alguns que envenenam os demais apenas para engordarem contas que deixarão atrás deles na viagem definitiva.

 

Estou cansado de que me digam que, por "tolerância para com outras culturas", devemos deixar que Arábia Saudita e outros países árabes usem o dinheiro do petróleo para financiar mesquitas e escolas madraças islâmicas, para pregar o ódio na Austrália, Nova Zelândia, Reino Unido, Estados Unidos e Canadá e, enquanto que ninguém desses países está autorizado a fundar uma sinagoga, igreja cristã ou escola religiosa na Arábia Saudita ou qualquer outro país árabe, para ensinar amor, tolerância e paz.

 

Estou cansado de que me digam para eu baixar o meu padrão de vida para lutar contra o aquecimento global, o qual não me é permitido debater.

 

Estou cansado que me digam que os toxicodependentes têm uma doença, e que eu tenho que ajudar no seu tratamento e pagar pelos danos que fazem. Eles procuraram sua desgraça. Nenhum germe gigante os agarrou e encheu de pó branco seus narizes, ou à força injetou porcaria em suas veias.

 

Estou cansado de ouvir ricos atletas, artistas e políticos de todos os partidos, a que chamo papagaios, falarem sobre erros inocentes, erros estúpidos ou erros da juventude, quando todos sabemos que eles pensam que seus únicos erros foi serem apanhados. Estou cansado de pessoas sem senso do direito, sejam elas ricas ou pobres e de justiça que não funciona.

 

Estou realmente cansado de pessoas que não assumem a responsabilidade por suas vidas e ações. Estou cansado de ouvi-las culpar o governo e a sociedade de discriminação pelos "seus problemas."

 

Também estou cansado e farto de ver homens e mulheres serem repositório de pregos, pinos e tatuagens de mau gosto, tornando-se assim pessoas não-empregáveis e, por isso, reivindicando dinheiro do governo (dos impostos pagos por quem trabalha e produz).

 

Sim, estou muito cansado. Mas também estou feliz por ter 69 anos, porque não vou ter de ver o Mundo que essas pessoas estão CRIANDO.

 

Mas estou triste e penso: que futuro para netos e filhos ainda bastante novos. Graças a Deus estou no caminho de saída e não no caminho de entrada.

 

Não há maneira de isto ser amplamente divulgado... A menos que cada um de nós colabore, enviando e ganhando força para contrariar esse (mau) caminho que o Mundo, por força de (péssimos) governantes, nos está proporcionando.

 

Resta-nos uma chance de fazermos a diferença com o fôlego que nos resta:LUTAR

 

 2 EVITANDO CONFUSÕES

04/04/18

Não diferente de muito dos dias já vividos, hoje amanheci com a "macaca"! As notícias que apontam a degradação da educação no país e ainda mais aquelas que apontam diretamente para o professor têm o dom de me deixar reflexivo/irritadiço. Mas vamos nós ao dedo em riste.

Quero acusar meus pares (calma não estou generalizando, mas o percentual atinge quase esse nível) de terem um olhar unidirecioal, isto é, olham só para um lado, esquecendo totalmente o outro. Ou são piagetianos, ou freirianos e aqueles que me parecem os piores são os que se dizem marxistas. A uns e outros quero fazer uma simples pergunta: Por que se utiliza o termo "PRÁXIS" e não Teoráxis?

Já estou escutando as mais diversas explicações, só não compreendo que eles não entendam que se diz "práxis" justamente por se tratar da teorização de uma prática e não "teoráxis" por ser a prática de uma teorização. Por isso, Nóvoa diz que nada substitui a prática de um bom professor em sala de aula. Fosse a "teoráxis" e ele seria obrigado a dizer que nada substitui a teoria do professor em sala de aula.

Perguntem ao Paulo Freire!

Mas não fiquem na pergunta (teorização), pratiquem o que ele recomenda!

 

1 EDUCAÇÃO INCLUSIVA

28/03/18

O primeiro dedo que quero apontar, em riste, nasce na leitura de material que me dá conta do aumento que se vem registrando no número de crianças portadoras de necessidades especiais. Este é o resultado de pesquisas realizadas no Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos Estados Unidos e que nos traz a triste notícia que em breve 1 em cada 45 crianças será portadora de necessidades especiais. É um fato.

 

Mas onde é que o meu “dedo em riste” vai cutucar: justamente na educação infantil, mais precisamente nessa chaga chamada educação inclusiva. A primeira denúncia vai no sentido de fazer com que percebamos que não existe educação que não seja inclusiva, pois se ela o não for, será tudo, menos educação. Neste caso a “teoria” da educação inclusiva é mais uma falácia para impor comportamentos ao professor e para evitar gastos ao governo.

 

Defendo que a educação escolar cumpra com sua finalidade precípua, sem invenções que a façam transbordar, como assevera um patrício meu. No caso a educação para as pessoas com necessidades especiais precisa ser ofertada em estabelecimentos preparados para essa finalidade e por profissionais altamente qualificados para lidarem com as necessidades.

 

NÃO, não concordo que os alunos especiais devam ser educados no mesmo ambiente que aqueles que não têm necessidades – os ditos normais, principalmente nas nossas escolas despreparadas tanto no aspecto estrutural, como naquele tão importante ou mais que esse, o do pessoal apto a atender essa demanda. Os nossos cursos de formação de professores, estão preparando para o atendimento a essa clientela? Como um professor que já está sobrecarregado de tarefas para aplicar junto aos ditos “normais” vai poder dispender seu tempo para ficar correndo atrás de um hiperativo (para não ir mais longe)? Das duas... ambas. Ou ele desiste de realizar uma ou outra atividade, ou, o mais comum, é ele procurar outro emprego pois não dá conta de tanta responsabilidade. E a culpa não é, absolutamente, dele. Estes governos que dizem que não podem “gastar” com educação, são os responsáveis por criar essas situações com as quais trabalham dos dois lados: à população dizem que estão oferecendo condições de educar seus filhos portadores de necessidade especiais, aos professores empurram mais trabalho e dizem que vão trabalhar por amor, ou que procurem outra coisa. É a desmotivação total, que afasta os jovens do magistério, o que muito apraz ao capitalismo que assim vê crescer a necessidade de uma educação privada, cara, que só quem tem poder aquisitivo pode enfrentar para se tornarem os dirigentes do país de analfabetos que se estará gerando.

 

Voltando sobre o ponto, quero deixar claro que defendo a existência das APAES e de todo e qualquer tipo de educação especial, financiada pelo poder público e com profissionais altamente qualificados em cursos especiais para essa finalidade. Investir em educação de qualidade não é só fingir que se está fazendo o melhor, é preciso investir maciçamente para que os objetivos possam ser efetivamente alcançados. Injetar dinheiro público na educação, não é gasto, é investimento com retorno garantido e bem elevado.

 

Considerando que todos somos especiais, à nossa maneira todos o somos, pois não somos iguais ao nosso vizinho a não ser nas características físicas que distinguem os seres humanos, todos precisamos ser incluídos nessa sociedade desejada pelos poderosos. O sucesso ou o fracasso dessa nossa inclusão deve-se muito mais aos métodos que aos meios utilizados para esse fim. Para defender esta tese basta observar o “serviço” que cada tendência pedagógica prestou à formação do homem para uma determinada sociedade. No brasil, assim mesmo com letra minúscula, a sociedade que interessa – isto é, o homem que interessa – é a analfabeta funcional, mais que isso já causa transtorno aos desejos "elíticos". E é nessa e contra essa necessidade que as tendências lutam. Vejam, os pensadores idealizam numa educação crítica, formadora do homem pensante e capaz de resolver parte dos problemas com os quais se depara, mas elite política, nada interessada nisso, contrapõem o desmantelamento dos espaços de construção dessa crítica e abençoa a prática da educação a distância como a melhor modalidade para formar nosso futuro trabalhador, aquele que jamais questionará a cangalha e a chibata.

 

Então, finalizando: levanto a bandeira: Uma escola especial, com profissionais especiais para atender a demande de educação escolar de pessoas portadoras de necessidades especiais  

 

ABERTURA

É chegado o momento em que vou literalmente chutar o pau da barraca, deixando de lado o "politicamente correto" e falar aquilo que sinto, penso e, em alguns casos, pratico. Não quero parecer e muito menos ser hipócrita para estar prestando um desserviço e ficar de sorriso patético no rosto apenas para satisfazer o status quo. Cansei.

Todos nós sabemos onde mora o "monstro" que assola a educação, mas continuamos a recear o enfrentamento. Falta-nos a coragem de ir até a entrada da caverna onde ele se esconde e gritar lá para dentro: "Sei quem és, onde estás e o que fazes. Vem, vou enfrentar-te". O comodismo é praia para a maioria dos docentes e que não me venham com os velhos jargões: "faltam condições", " somos mal pagos", dentre outros que, mesmo sendo verdadeiros não podem e nem devem moldar o meu modo de ser; eu que preciso mudar essas condições, criar situações que facilitem essa transformação. Esta é uma das faces do monstro que vou desafiar e que trago apenas para introduzir as pancadas que se seguirão.

Tenho consciência que vou gerar muitas reações, umas positivas e outras negativas, mas ainda assim, prefiro a crítica e/ou o apoio a continuar a escrever textos que apenas refletem o pensar alheio carregado de tendenciosismos que se alinham com a exploração pela elite capitalista.

Como método para a apresentação das ideias/discussões ouso anunciar um desengonçado anarquismo, visto aqui como uma ideologia política que se opõe a todo tipo de hierarquia e dominação - ou seja, para o lado onde estiver voltado, atirarei, tentando, contudo, manter alguma coerência organizacional. Assim, por exemplo, começarei seguindo (mais ou menos - lá vem o anarquismo) a seguinte lista:

  1. Escola: visão geral; estrutura; quem está dentro dela - equipamentos, funcionários, professores e alunos.
  2. Alunos: portadores ou não de necessidades especiais;
  3. Família: responsabilidade; relação com a escola; relação social.
  4. Professores: formação; fazer pedagógico; tendências seguidas.
  5. Administração escola: posturas ideológicas;
  6. Legislação: pertinência ou impertinência a um programa que vise o desenvolvimento sustentável do país.

É muita pretensão, mas tentarei, na medida do possível trazer para reflexão aquilo que sempre senti e que nem sempre consegui espaço para afirmá-lo.

Agora, enquanto os meus leitores se preparam para futuras leituras, vou ali construir o meu primeiro "DEDO EM RISTE". Até Já!